De acordo com o despacho assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, que entrou hoje em vigor, Cabo Verde “está a trabalhar na eliminação do paludismo” e a “OMS recomenda a criação de um comité consultivo” para levar “uma perspetiva externa sobre o progresso e as deficiências de um programa de eliminação” da doença.
“Os relatórios do comité são documentos importantes, que ajudam na certificação da eliminação do paludismo pela OMS”, lê-se no despacho que cria a estrutura, independente Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo em Cabo Verde.
O comité será constituído por nove elementos, como académicos, especialistas em saúde pública, profissionais de saúde envolvidos noutros programas de controlo de doenças e representantes de setores da saúde, entre outros, tendo um mandato de dois anos, com o presidente a ser eleito pelos seus pares.
“O comité também é responsável por apoiar diferentes auditorias de dados com o propósito de validar as informações coletadas e pode desempenhar um papel na verificação da eliminação [do paludismo] ao nível municipal/regional”, lê-se no documento
Serão competências do comité “fazer recomendações” ao programa nacional para a eliminação da doença, “monitorizar o progresso feito” e “auxiliar na adaptação das diretrizes e políticas da OMS”, bem como “identificar às barreiras” ou “ajudar a documentar a verificação da eliminação” do paludismo em Cabo Verde.
Cabo Verde está há quatro anos sem registar casos locais de malária e espera obter ainda este ano a certificação de país livre da doença pela OMS, conforme avançou em abril passado o ministro da Saúde.
“Há quatro anos que não temos nenhum caso autóctone de paludismo, é de assinalar. Nós estamos junto com a OMS a trabalhar para a certificação do país livre de transmissão autóctone”, disse Arlindo do Rosário.
Segundo o Programa Nacional de Luta Contra o paludismo da Direção Nacional da Saúde, a doença caracteriza-se em Cabo Verde como sendo instável, de transmissão sazonal dependendo fortemente da pluviosidade, que se encontra presente em quatro ilhas (Santiago, Boa Vista, São Vicente e Maio).
A malária, uma doença curável, é transmitida entre humanos através da picada de um mosquito infetado, sendo uma das principais causas de morte a nível global.