Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para anunciar o início do processo de reforma das Forças Armadas de Cabo Verde, a ministra disse que tanto o destacamento como a embarcação vão cobrir a zona este do arquipélago, que abrange ainda a ilha do Fogo.
"Esta acção resulta da implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Guarda Costeira (2017-2027), aprovado e em vigor", apontou a ministra, admitindo que as circunstâncias recentes da morte de um adolescente após ter sido transportado de bote da Brava para o Fogo apressou essa planificação.
E deu conta que uma delegação da Guarda Costeira já esteve na ilha Brava, a mais pequena habitada e a mais a sul do arquipélago, para fazer um estudo que suportou a decisão.
"Já temos orçamento garantido para o efeito e vamos iniciar a sua implementação brevemente", prometeu Janine Lélis, referindo ainda que a medida tem como objetivo reforçar a fiscalização marítima, realizar mais operações de busca e salvamento e fazer maior controlo e repressão de atividades ilícitas no mar e apoiar a protecção civil.
"A garantia de operacionalidade e prontidão dos meios da Guarda Costeira demonstram ser fundamentais. Assim, será dada uma particular atenção ao planeamento dos ciclos de manutenção dos navios deste ramo", previu a governante.
Um inquérito mandado abrir pelo Governo concluiu que todos os procedimentos recomendados no transporte entre ilhas foram cumpridos e não houve negligência médica na assistência no caso do rapaz de 14 anos.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, salientou anteriormente a importância da articulação entre a concessionária de transporte marítimo (CV Interilhas) e a gestão dos portos (Enapor) para "afinar ao máximo possível" as ligações no país.
Ainda no quadro da reforma das Forças Armadas, o Governo está a trabalhar para a instalação da sede do Centro de Coordenação Marítima da Zona G, que integra a arquitetura de segurança marítima de Yaoundé no arquipélago, englobando ainda Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali e Senegal.
A ministra avançou ainda que o Executivo está a mobilizar internamente e junto dos parceiros internacionais o financiamento para a efetivação desse centro, considerando que tem uma "importância estratégica" para o país e para a garantir de segurança no Golfo da Guiné.
"Nenhum país por si só consegue garantir a sua segurança ou então combater os riscos de forma isolada, por isso defendemos igualmente o reforço da segurança cooperativa, fundamental para a segurança e paz no mundo", disse a ministra, que pediu "amplo consenso" para a reforma nas Forças Armadas.