João Delgado falava à imprensa à margem da assinatura de um protocolo entre a DGSPRS e a Câmara Municipal da Praia.
O director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social reconheceu que desde a génese do referido centro, desde a sua génese, as condições não eram das melhores. Mas, frisou que se trata de jovens dos 12 aos 19 anos, com “muita flexibilidade” para escalar o muro e fugir.
“É nosso trabalho evitar que isso acontece e o Ministério tem trabalhado no sentido de fazer melhoramentos estratégicos e pontuais relativamente ao centro no sentido de evitar fugas, porque nós sabemos que a cada momento que haja uma fuga pode haver, ainda sem trabalhar esse educando ele cá fora pode ainda correr o risco de estar a cometer algum outro acto ilícito”, sublinhou.
Conforme João Delgado, as fugas são constantes e há jovens que já o fizeram três ou quatro vezes.
“Fogem e são interceptados em concertação também com outras forças de segurança. Da última vez tivemos 11 fugas, que é algo fora do comum, mas rapidamente voltaram também para o centro”, informou.
Protocolo
No que se refere ao protocolo assinado, o director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social, referiu que se trata de uma união para trabalhar programas específicos, relativamente à integração social, económica e familiar de ex-reclusos e também de condenados, relativamente a penas alternativas.
“Sabemos que a Câmara Municipal da Praia é uma instituição muito vasta, com muitas áreas de intervenção, de tudo, digamos assim, e que é capaz, por exemplo, de absorver alguns condenados a penas alternativas e também reclusos para desenvolver trabalhos, desde logo remunerados, no âmbito de contrato de trabalho ou então, por exemplo, voluntariados. Seria dar alguma prioridade na integração laboral para essa população”, especificou.
Por sua vez, o vereador de Acção Social, Fernando Jorge Pinto, que a edilidade tem tido uma enorme demanda a nível de acção social.
Nesta linha, disse que o protocolo assinado vai permitir a CMP submeter ao Ministério projectos para financiamento ou partilha de recursos e ter respostas mais assertivas e de mais qualidade no que tange à reinserção social.
“Este protocolo faz com que quer a Câmara Municipal, quer o Ministério da Justiça trabalharem articuladamente, mas também envolver a sociedade civil através das ONG, das associações comunitárias, das igrejas, mas também através das famílias enquanto cidadãos e munícipes”, disse.