“É com grande satisfação que fechamos este ciclo e esta edição e acho que com grande sucesso, cumprimos todos os objectivos, superámos todas as expectativas e o sentimento é de dever cumprido, de muita satisfação e confiança também para a próxima edição”, disse à Lusa Ivan Santos, o coordenador do projecto Ocean Race Village.
Para a paragem no país da maior e mais antiga regata do mundo, o Governo criou a vila junto ao porto, incluindo instalações para atracagem e acolhimento da prova, contando com concertos e outras actividades diárias, que atraíram milhares de pessoas.
Segundo o coordenador, o primeiro dia, na sexta-feira, foi o que contou com menos pessoas, com cerca de oito mil, mas a partir daí foi sempre a aumentar, com 11 mil e 12 mil nos dois dias seguintes e a maior enchente a ser registada na segunda-feira, com cerca de 16 mil pessoas.
“E isso superou a expectativa”, frisou Ivan Santos, sublinhando que os dados são ainda provisórios, e que, para isso, contribuíram os espectáculos musicais à noite.
“O público aderiu de uma forma incrível, principalmente na questão do comportamento, de aproveitar todos os conteúdos aqui presentes”, prosseguiu o responsável, destacando o impacto nos restaurantes e a conceito de “plástico zero”.
“Essa foi uma das melhores expectativas superadas, tivemos mesmo plástico zero aqui no recinto”, orgulhou-se Santos, ainda no Porto do Mindelo, após a partida dos barcos rumo à segunda etapa, que liga a cidade do Mindelo à cidade do Cabo, na África do Sul.
Depois do sucesso que foi a primeira etapa, o coordenador disse que ficou “mais optimista” quanto à possibilidade de o país voltar a receber a prova.
“Acredito que sim, os dados estão lançados, conseguimos corresponder às expectativas iniciais, recebemos vários elogios da organização, o que nos dá também algum controlo, algum sossego e satisfação de poder organizar e receber de novo mais uma edição”, perspectivou.
Esta foi a 14.ª edição da Ocean Race, que partiu em 15 de Janeiro de Alicante, Espanha, rumo a Cabo Verde, onde as embarcações chegaram entre 20 e 22 de Janeiro, na primeira vez que a principal prova de circum-navegação do mundo fez escala no arquipélago.
A segunda etapa arrancou na quarta-feira, depois da paragem de cinco dias na ilha de São Vicente, para descanso das tripulações e arranjos dos barcos.
A celebrar os 50 anos desde o nascimento em 1973, a Ocean Race mudou este ano de formato e coloca duas classes em competição na mais difícil prova de circum-navegação à vela por equipas.
As embarcações da classe IMOCA 60 vão dar a volta ao mundo, cumprindo sete etapas até Junho, enquanto as da classe VO65 vão fazer três etapas, a próxima que ligará Aarhaus (Dinamarca) a Haia (Países Baixos) e a última entre Haia e Génova (Itália).
A classe IMOCA 60 é composta pelas equipas Holcim – PRB, vencedora da primeira etapa, 11th Hour Racing Team, Guyot environnement – Team Europe, Team Malizia e o Biotherm.
Por sua vez, na categoria VO65, fazem parte The Mirpuri Foundation Racing Team, embarcação da equipa portuguesa que venceu a última edição da então Volvo Ocean Race 2017/18 ao serviço da Dongfeng Race Team, mas que devido a uma avaria retirou-se da etapa inaugural, mas promete retomar em Junho.
Team JAJO, Viva México, Ambersail 2, WindWhisper Racing Team - que venceu a primeira etapa nesta categoria - e a Austrian Ocean Racing powered by Team Génova são as outras equipas desta classe.