Este pedido foi feito pelos comerciantes, em declarações à Inforpress, após terem encontrado as portas do mercado fechadas quando se dirigiram para abrir as respectivas lojas e bancas de venda para ver o estado dos seus produtos, atender clientes e aprontar produtos já encomendados.
Segundo Joana Brito, que tem uma loja no mercado desde 2012, foi somente às 11 horas que conseguiram entrar no mercado, porque o guarda do local não foi abrir as portas no horário habitual, atrasando o compromisso com os clientes e só não teve prejuízos porque agiu na precaução.
“A água da chuva desceu na janela e veio para a porta. Felizmente, ontem, tirei coisas de onde normalmente cai água, senão teria prejuízos. Aliás, sempre na época das chuvas eu tiro as coisas do lugar para a água passar”, explicou Joana Brito contestando também o atraso na abertura das portas.
“Tenho fardas para terminar e entregar aos meninos que vão iniciar as aulas e mais tecidos para cortar. Não podemos ficar a depender das pessoas para nos abrir as portas para trabalhar”, contestou a mesma, questionando se vão ficar sem trabalhar se a chuva cair sempre.
Mesma reclamação fez Gertrudes Lopes, proprietária de uma ervanária, que informou que sempre sofre prejuízos com a queda da chuva porque a água entra pelo tecto e pelas janelas.
“Não havia chave para abrir a porta, sabem que entra água neste lugar, mas se temos negócios temos de vir abrir as portas para ver o que é que se está a passar. Quando cheguei, achei muita água na varanda e em todos os lugares. Tenho uma ervanária e um armazém com produtos e chás e quando entra água temos de colocar plásticos”, adiantou a comerciante.
Também o empresário do sector da moda, Victor Matias, defendeu que os comerciantes estão abandonados e não têm a quem recorrer em caso de prejuízos, provocados pelas chuvas ou por eventuais roubos nos respectivos estabelecimentos.
“Hoje, encontrei uma situação complicada e triste ao mesmo tempo, porque as portas do mercado estavam fechadas porque estava a chover. Tenho uma loja aqui e temos muitos problemas de danos naturais com águas das chuvas que entram pelas portas e janelas. Tenho cinco anos aqui e há cerca de quatro que contabilizo prejuízos frequentes que já chegaram aos 600 contos”, informou.
Segundo o empresário do sector da moda, apesar de ter colocado ‘pladur’ na sua loja, nos anos anteriores a água entrou no seu estabelecimento e deteriorou uma impressora, um computador e outros produtos, mas a Câmara Municipal de São Vicente tomou apontamento dos prejuízos e nunca deu resposta.
“Precisamos de uma resposta, precisamos de ter um olhar atento dos mais grandes porque, aqui é um centro comercial, um lugar de negócio, mas não parece. O Mercado Municipal é uma capa de cartaz de Rua de Lisboa, se for bem executado, bem planeado, não há outro lugar que dá tanto dinheiro e benefícios para São Vicente e para a câmara municipal”, arrematou o mesmo que, desta vez, teve de colocar panos e silicones nas janelas e outros locais para se prevenir das chuvas.