Maio: Passageiros com destino à Praia revoltados com CVI

PorSheilla Ribeiro,6 mar 2023 14:14

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Um grupo de passageiros, cuja viagem com origem na ilha do Maio e com destino à Praia foi cancelada, estão revoltados com a CV Interilhas (CVI), alegando falta de informações e comunicação adequada por parte da empresa.

Em declarações ao Expresso das Ilhas, Nélido Silva, que chegou na ilha do Maio na manhã de sábado, 4, relata que estava previsto chegarem à ilha às 18h00 de sexta-feira. Entretanto, quando faltava pouco para as 16h00, recebeu uma mensagem, dando conta que a viagem tinha sido adiada para às 23h00.

“Contudo, chegamos ao Maio às 06h00 da manhã de sábado, porque o barco saiu da Praia às 03h30. Era suposto sairmos da ilha do Maio no domingo entre 21h00 e 22h00, só que voltaram a adiar e estava previsto sairmos às 01h00. Hoje de manhã vieram a comunicar mais um atraso”, narra.

Nélido Silva refere que passageiros que se encontravam no porto da Praia foram retirados do barco e enviados para as suas casas com a informação de uma avaria no barco.

“Mas, nós não recebemos esta informação”, afirma.

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Por sua vez, Samira Moniz revela que está com medo de perder o emprego a que teve de faltar hoje e teme que o filho perca mais um dia de aulas, caso não saiam do Maio ainda esta segunda-feira.

“Quando começaram a adiar as ligações na sexta-feira, não senti nenhum receio em vir porque logo em seguida deram um novo horário e já tinha um compromisso à minha espera. Mas, se soubéssemos que haveria avaria, ou falta de informações como deve ser não viríamos. O meu filho faltou a escola hoje e se não sairmos daqui ainda hoje, ele perde amanhã mais um dia de aulas e nós mais um dia de trabalho”, ressalta.

Segundo a jovem, as roupas que levou estão sujas, já não tem comida e nem dinheiro para mais um dia fora de casa.

“No dia que viemos, ficamos dentro do barco desnorteados a entrar e a sair de uma porta para outra sem encontrar a saída e não havia um funcionário para indicar o caminho. Esta é a minha primeira vez na ilha do Maio e a última viagem de barco. Se o Dona Tututa já não serve, que arranjem um outro barco”, apelou.

Na mesma situação, Alcides Semedo precisa que se tiver de ficar mais um dia na ilha terá de pedir ajuda financeira aos familiares que se encontram na Praia, para arcar com as despesas de alojamento e comida.

“É lamentável que um país pequeno que poderia ter uma rota melhorada e melhores barcos não tenha. Ficamos abalados e triste com esta situação e a comunicação da companhia precisa melhorar”, assevera.

A CVI informou, através do Facebook, que por razões técnicas, as viagens de hoje, no navio Dona Tututa, encontram-se suspensas.

“Apelamos à boa compreensão de todos os passageiros e mais informamos que iremos actualizando por esta via, com novas informações ao longo das próximas horas. Estamos a envidar todos os esforços para garantir a normalização das viagens afectadas, o mais breve possível. Todos os passageiros afetados já foram devidamente informados, via SMS”, disse.

De salientar que no passado dia 24, o bispo da Diocese do Mindelo criticou os transportes marítimos interilhas após constrangimentos numa viagem São Vicente-São Nicolau e pediu que alguém fosse responsabilizado pelos danos causados aos passageiros.

Na sequência, a Direcção Nacional de Política do Mar (DNPM), informou que o Estado já pagou à CVI o montante de 427.827.628 escudos, referente à dívida reconhecida em Dezembro de 2022, no valor de 581.275.085 escudos.

A instituição garantiu que o processo de revisão do contrato de concessão será concluído nos próximos dias e considerou injustificável o nível do serviço que vem sendo prestado desde o início do ano.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,6 mar 2023 14:14

Editado porAndre Amaral  em  10 mar 2023 15:28

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