Posição expressa pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, na abertura da 9ª reunião sub-regional do Comité de Ligação, entidade que reúne representantes dos países signatários do projecto - Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.
Miryan Vieira sublinhou a importância do aprofundamento do dossier e do reforço da cooperação.
“Essa reunião constitui um espaço privilegiado para se desenvolver questões relevantes e reforçar a cooperação política e científica, no quadro da nossa iniciativa conjunta”, assegurou.
A reunião técnica consiste na reavaliação do processo e melhoria dos documentos produzidos, nomeadamente com a introdução de novos dados. Segundo Miryan Vieira o melhor conhecimento dos recursos disponíveis tem sido uma das” mais-valias” do processo.
“Decorridos nove anos desde a entrega da nossa proposta à Comissão sobre os limites da Plataforma Continental, vários desafios nos colocam, no entanto, o conhecimento será, de facto, a primeira e talvez a mais importante mais-valia de todo este projecto conjunto”, assegurou.
A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação recordou a “imprevisibilidade” para a conclusão do processo e sublinhou o engajamento dos sete estados na “consolidação do conhecimento sobre o mar profundo”.
“O primeiro passo para desenvolvermos a economia azul é ter pessoas formadas e capacitadas para este sector. Assim, permitam-me incentivar os estados partes do acordo sub-regional para a extensão da plataforma continental a promoverem o desenvolvimento de capacidades para a investigação científica na avaliação do potencial dos recursos minerais marinhos”, afirmou.
O processo de alargamento da plataforma continental, entregue em Setembro de 2014, ainda não começou a ser analisado pela Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU. Até à decisão final, a documentação entregue pelo grupo de países de que Cabo Verde faz parte poderá ser melhorada e complementada. A expectativa é que a decisão final seja conhecida dentro de 10 a 15 anos. Até lá, ainda há muito trabalho pela frente.