Ulisses Correia e Silva falava à imprensa após uma comunicação feita ao país sobre os dois anos da governação do VIII Governo Constitucional.
“Sabemos que essas questões dependem muitas vezes da disponibilidade dos serviços directos. Só há confirmação de ida quando de facto há garantia de que o doente consegue ser atendido imediatamente e conhecemos a situação de pressão que existe em Portugal no Sistema Nacional de Saúde. A solução que nós estamos a desenhar é a construção do novo Hospital de Cabo Verde na cidade da Praia, o projecto está bem encaminhado relativamente à criação de capacidades internas que possam reduzir as necessidades de evacuações”, disse.
Quanto à essas capacidades internas, o governante referiu à tipificação de algumas intervenções prioritárias.
“Até lá temos de continuar a gerir o processo de evacuações com menos problemas possíveis”, concluiu.
No passado dia 10 de Maio, a Lusa noticiou que o custo global com o transporte e estadia de doentes em evacuações médicas entre as ilhas de Cabo Verde e para Portugal ascendeu, globalmente, a mais de 925 milhões de escudos (8,4 milhões de euros), um aumento de 16,1% face a 2021, conforme o relatório sobre os pagamentos assegurados durante o ano passado pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
De acordo com os últimos dados do INPS disponíveis, Cabo Verde enviou para tratamento em Portugal, em 2021, um total de 249 doentes, um aumento de 11,2% face a 2020, chegando a 31 de dezembro com 585 pacientes em tratamento nos hospitais portugueses. Segundo o INPS, as especialidades "mais solicitadas" para as evacuações médicas para Portugal, ao abrigo dos acordos de cooperação bilateral, foram oncologia (26,3%), cardiologia (22,7%), neurocirurgia (15,1%) e oftalmologia (8,8%).
Quanto ao Hospital nacional, em Dezembro de 2022, o Governo admitiu um regime de Parceria Público-Privada (PPP) para sua construção estimada em 7,2 mil milhões de escudos.
O projecto foi apresentado publicamente em Março de 2021 e deverá ser construído na zona de Achada Limpo, com capacidade máxima de 134 camas, sendo 12 para cuidados intensivos.
O mesmo não vai substituir os dois hospitais centrais públicos do país –Agostinho Neto, na Praia, e Batista de Sousa, em São Vicente – mais sim complementar a oferta disponível e maximizar os recursos.