O também vice-primeiro-ministro fez estas considerações hoje na abertura da 26ª Reunião do Comité Ministerial do Grupo Inter-Governamental de Acção contra o Branqueamento de Dinheiro em África Ocidental (GIABA).
Segundo o governante, os líderes africanos têm de ser velozes na criação de oportunidades aos cidadãos que estão na pobreza, para que possam levar uma vida digna.
“Há mais capital a sair do que a entrar em África, os capitais ilícitos que saem do continente africano para o mundo são superiores à ajuda pública e ao investimento directo estrangeiro que entra em África todos os anos”, afirmou.
Para Olavo Correia isto é “um drama”, uma vez que, sublinhou, o capital que é preciso para se fazer a mudança no continente africano tem estado a sair de forma ilícita, através de branqueamento e de outras formas de lavagens, e põe em causa o desenvolvimento do mesmo.
“A África é um credor líquido do mundo. Para nós que estamos nas finanças, nós que estamos na justiça, nós que estamos na administração interna e também aqueles que estão na educação, este quadro tem de ser mudado, e nós temos a oportunidade para mostrar isso”, afiançou.
Na óptica do ministro os fluxos financeiros ilícitos roubam ao continente africano e aos africanos as suas oportunidades e as suas perspectivas.
“É um crime que deve ser combatido de forma veemente, corajosa e destemida”, vincou, justificando que os fluxos ilícitos minam a transparência, apagam a responsabilização e matam aquilo que é essencial para a construção de um futuro melhor para o continente africano, que é a confiança nas instituições.
No entanto, observou, a solução não pode ser “mais conversa, mais conferências internacionais, mais debates nestas e outras matérias”, mas sim, indicou, é preciso “acção determinada, corajosa” e de medidas para fazer acontecer da melhor forma e num tempo record.
Olavo Correia realçou, neste sentido, a importância da cooperação internacional, mas mais do que isto, também a importância de os africanos terem a consciência clara de que se não fizerem três coisas, o futuro continuará incerto.
“Primeiro, temos que combater os fundos ilícitos, o branqueamento de capitais, o financiamento ao terrorismo. Em segundo lugar, combater os crimes fiscais, a fuga, a fraude e a invasão fiscal, e temos que combater a informalidade”, sugeriu.
Só assim é que, segundo Olavo Correia, o continente conseguirá ter uma base tributária que seja capaz de permitir financiar o seu próprio desenvolvimento, pois, frisou, enquanto os africanos continuarem à espera da ajuda pública para o desenvolvimento ficarão eternamente à espera.
O caminho, disse, é que a África crie as condições para financiar o próprio desenvolvimento numa lógica de abertura ao mundo.
A abertura do evento contou ainda com intervenções da ministra da Justiça de Cabo Verde, Joana Rosa, e do director geral do Giaba, Edwin Harris.