Olavo Correia falava à Inforpress, após visitar o Instituto de Engenharias e Ciências do Mar (Isecmar) e a Universidade Técnica do Atlântico (UTA), depois de ter estado na Enapor, Portos de Cabo Verde, e de conhecer o andamento das obras do Terminal de Cruzeiros.
Dizendo-se convencido desta necessidade, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças prometeu trabalhar em conjunto com o Ministério da Educação e a nível do Governo para garantir o acesso ao ensino superior, a qualidade e a relevância.
Segundo Olavo Correia, Cabo Verde se quer ser uma plataforma prestadora de serviço tem de apostar no ensino superior, porque a taxa de acesso dos jovens ao ensino superior, comparado com outros países à escala global, países europeus, é muito baixa.
“Estamos a falar, por exemplo, de jovens de 15 a 35 anos cuja penetração em Cabo Verde é cerca de 18 por cento (%), na Europa estamos a falar de 40% a meta vai para 45% e Luxemburgo já ultrapassa 60%”, concretizou, argumentando que o acesso é fundamental, mas é preciso ter um sistema de financiamento diferente do que se tem hoje para garantir que os jovens que tenham talento e que reúnem as condições, possam aceder ao ensino superior em todos os domínios da actividade económica em todas as ilhas de Cabo Verde.
“Temos um desafio enorme hoje a nível das propinas, a nível dos transportes, da residência e nós temos que montar uma solução para que seja garantido o acesso ao ensino superior porque precisamos de mais jovens cabo-verdianos no ensino superior para que Cabo Verde possa ser um país prestador de serviços de qualidade em todos os domínios”, sustentou.
Para o vice-primeiro-ministro, a qualidade também é outro pilar importante que só pode ser alcançada com “professores bem formados, universidades alinhadas com as melhores universidades do mundo”, mas também apetrechadas “com laboratórios modernos e de ponta” para formar jovens com condições de “trabalhar no mercado cabo-verdiano e no mercado global internacional”.
Ainda, acrescentou, apostar na relevância que é “formar para o mercado de trabalho e para a empregabilidade”.
“O bem público mais importante que podemos colocar a disponibilidade dos jovens chama-se o trabalho para que tenham rendimento, de acordo com a sua produtividade e com a sua qualificação”, referiu, defendendo a necessidade de ter um “alinhamento muito forte entre a economia, as empresas e aquilo que as universidades oferecem em matéria de cursos, conteúdo e qualidade”.
Sobre a visita à Enapor e ao Terminal de Cruzeiros, Olavo Correia disse ter saído com uma impressão “muito positiva”, mostrando-se expectante com a conclusão das obras do terminal no primeiro trimestre do próximo ano.
“Vai fazer de Cabo Verde um destino para turismo de cruzeiros com um importante impacto a nível da cadeia de valor e vamos preparar para que este investimento tenha impacto em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau e para o resto das ilhas”, adiantou.
Segundo Olavo Correia, a visita a Enapor teve foco nos projectos que têm em carteira, dos quais a “gestão dos portos”, os “investimentos” que o Governo pretende fazer no quadro da “expansão do Porto Grande e do Porto Novo” e ter em Cabo Verde “portos azuis”, “verdes e inteligentes”, “numa lógica de economia circular e de sustentabilidade”.