"Queremos atingir um futuro onde não há insegurança alimentar", ou seja, em que "todo o cabo-verdiano tem comida", afirmou a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, durante a cerimónia oficial, na Praia.
A comida deve ser "produzida localmente", saudável, com valor nutricional e "grande respeito" pelo ambiente, frisou, depois da assinatura em que o Governo esteve representado pelo ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
O aumento do valor do programa é justificado com maiores necessidades de investimento no sistema agroalimentar.
Cabo Verde é "um país que precisa de grande investimento na cadeia de valor alimentar" e há já "uma parte importante da mobilização de recursos", a par de um "alinhamento completo" de políticas, salientou.
Segundo Ana Touza, as três áreas prioritárias deste programa são o capital humano e governança, desenvolvimento e transformação económica e promoção de um ambiente saudável.
"Nós estamos completamente alinhados com o país na ideia de eliminar a pobreza extrema até 2026, um país sem fome, porque a pobreza extrema está vinculada com isso", disse a representante da FAO.
"É muito importante ter uma prática agrícola sustentável, uma agricultura inteligente, utilizando recursos da maneira mais eficiente", acrescentou.
O ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, referiu que os 38 milhões de dólares têm de traduzir-se em ações "muito concretas", beneficiando de melhor produção, nutrição, ambiente e bem-estar.
O governante explicou que os projetos previstos neste programa não só se alinham com os instrumentos do planeamento da FAO, mas também com o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do país (PEDS II) e com a estratégia de tornar o setor agrário mais produtivo e resiliente, com impacto positivo na população.
Em junho, Gilberto Silva disse que praticamente um terço das famílias cabo-verdianas não tem acesso financeiro a alimentos, 10% da população sofre de desnutrição crónica e cerca de 7,4% das crianças com menos de 5 anos de obesidade.