A manifestação é extensiva aos professores de Santo Antão à Brava, sendo que em cada ilha a concentração foi feita nas principais praças de cada concelho.
Segundo explicou a presidente do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof), Lígia Herbert, a manifestação geral é para reivindicar tudo, desde a grelha salarial ao memorando de entendimento que não foi cumprido.
“O professor não é só reclassificação, o professor é progressão porque estou até este momento à espera de uma mudança, os professores auferem um salário pouco digno, os educadores de infância, ainda com licenciatura, têm um salário de 15 mil escudos”, frisou.
Por esta razão, a sindicalista declara que a “vergonha é geral”, tendo em conta que se está a falar de uma classe nobre que está a ser abandonada, tendo avisado que já não aceitam discursos “bonitos nem floreados”.
“A luta vai ser até ao fim, da manifestação à greve, da greve ao congelamento de notas, não vamos parar. Nós estamos cá por uma luta que sabemos que temos toda a razão e estamos motivados para tal, porque camarão que dorme, a água leva”, disse.
A sindicalista diz sentir-se de “alma lavada” pela participação massiva da classe, o que prova, a seu ver, que os professores também sabem fazer bonito, daí manifestar-se orgulhosa de pertencer a esta classe.
Ao ministro da Educação apelou que resolva a situação dos professores porque não vão ficar parados, advertindo que as pendências resolvidas foram apenas reclassificações que “não é um favor, mas sim é um direito da classe”.
Por seu lado, Aleida Semedo, do grupo de professores que promoveram esta iniciativa, com o apoio dos sindicatos, Sindprof e Siprofis, confrontada com a afirmação do ministro da Educação de que não vê os motivos para a greve apesar de respeitá-la, afirmou que as reivindicações estão todas na sua mesa.
Espera, por isso, que, brevemente, o ministro entre em contacto com os sindicatos para negociação, prometendo que caso isso não aconteça vão promover novas formas de luta.
Por sua vez, a professora Ângela Lima explicou os motivos da sua adesão, afirmando que a classe não tem recebido nenhum respeito, nem por parte do Ministério da Educação e nem da própria sociedade, para quem educar hoje em dia é um desafio, pois que os pais vão à escola arranjar confusão quando os filhos são repreendidos.
Contestou ainda a qualidade da educação garantida pelo Ministério da Educação, uma vez que, questionou como é possível ter qualidade numa turma com 38 alunos.
A manifestação na Praia teve concentração na Praça Alexandre Albuquerque, com término nas proximidades do Palácio do Governo, onde os professores foram barrados pela Polícia Nacional de se aproximarem mais, o que levantou ânimos, tendo a classe clamando pela presença do ministro da Educação.