A manifestação a nível nacional foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores (Sindprof) em apoio ao movimento dos professores que também na primeira grande manifestação nacional em Outubro incentivou a luta, visando a resolução de um conjunto de reivindicações.
No leque das reivindicações está a exigência de melhores salários para os professores, promoção na carreira para os docentes, resgate da dignidade dos professores com a valorização da classe, regularização da cobertura de previdência social que lhes permita beneficiar de melhores condições de assistência médica e medicamentosa.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da classe, David Nunes, confirmou que as reivindicações são as mesmas, no sentido de demonstrar que a luta ainda não terminou e que os professores continuarão a lutar até que as suas vozes sejam ouvidas.
“Dos encontros que mantivemos, tanto o grupo dos professores assim como os sindicatos há pontos em que houve consensos, porém no que tange ao aumento do salário não há ainda consenso. E o nosso objectivo é atingirmos os 107 mil escudos como salário bruto para os professores e esperamos atingir este objectivo”, avançou.
O responsável afirmou que houve acordo quanto à promoção/progressão, pelo que espera que o Ministério da Educação venha a atender às demais reivindicações, caso contrário prometem a intensificação da luta para este trimestre e o trimestre seguinte.
Relativamente à pouca adesão em comparação com a manifestação anterior explicou que isso já era esperado tendo em conta a preparação para o carnaval em algumas ilhas como São Vicente e Santo Nicolau. Na Praia, onde contou com aproximadamente 100 participantes, explicou, que o evento contou apenas com os professores da capital uma vez que os do interior da ilha de Santiago deveriam manifestar-se todos em Assomada desta vez.
A presidente do Sindprof, Lígia Herbert considerou natural esta fraca adesão reforçando o mesmo motivo, além de justificar que os professores começam a ficar cansados de “tanta luta, de tanto bater na mesma tecla e a resposta do Ministério continua sempre igual”.
“Mas onde houver um professor a reivindicar é muito e estamos cá, todos juntos, para apoiar e o Sindprof vai apoiar até o fim todos os professores de Cabo Verde, de Santo Antão à Brava", assegurou, afirmando que a manifestação é apoiada por todos os sindicatos representativos da classe que foram todos contactados pelo Sindprof.
Em relação aos professores que estão há três meses sem salário, informou que tem informações de que os mesmos estão a ter um outro contrato, para quem é preciso que o Ministério tenha em conta que os professores estão em ilhas diferentes da sua ilha de origem e, por isso, precisam de dinheiro para suprir as suas necessidades e pagar as suas contas.
Esta é a segunda manifestação do tipo uma vez que em Outubro centenas de professores na Praia, e a nível nacional tinham saído às ruas em reivindicação pelos seus direitos com a promessa de não parar a luta, até verem os seus direitos salvaguardados.