Dados do SIACSA, sindicato que representa a classe, apontam que mais de 200 trabalhadores terão sido despedidos desde o início do ano e mais de 160 estarão em casa a receber o salário, mas sem previsão de regresso ao activo.
O coordenador local do SIACSA, Heidy Ganeto, pede a atenção das autoridades.
“Esta manifestação é uma chamada de atenção para o governo, para o sector pesqueir,o e a situação das duas fábricas Frescomar e Atunlo. Estamos a mostrar a revolta dos trabalhadores que começaram o ano com uma carta de despedimento com que ninguém estava a espera e há quase duas centenas de trabalhadores em casa que podem ser despedidos a qualquer hora”, adverte.
Risiane Matias, ex-trabalhadora da conserveira, diz que foi despedida enquanto gozava da licença da de maternidade.
“Eu estava ainda na licença de maternidade quando fui chamada para ser despedida, os meus 90 dias de licença ainda não estavam concluídos. Fui chamada para uma reunião, pediram-me para assinar um papel, li e assinei porque não sabia o que se estava a passar. Mas quando vim para casa, soube que não podia ser despedida porque ainda estava a gozar da minha licença de maternidade, e ainda tenho dinheiro por receber”, denuncia.
Lindsay Pires relata ameaças e pressão para assinar um contrato de rescisão amigável.
“Estou indignada. O meu contrato fecha no dia 13 de Março, suspenderam-me do trabalho. Acho inadmissível, falam connosco num tom como de pressão e ameaça. Eu disse que não ia assinar o contrato porque não saia beneficiada. Merecíamos mais consideração”, acusa.
Para além da manifestação desta sexta-feira, o SIACSA pondera novas formas de luta para a proteção dos direitos dos trabalhadores.
O SIACSA alerta para o risco de mais despedimentos, a concretizar-se o encerramento da Atunlo.
A Rádio Morabeza tentou contactar a administração da conserveira Frescomar, mas apesar das várias tentativas, desde há vários dias, não obteve resposta.