A demora na apresentação de um diagnóstico e na marcação de consultas também são críticas apresentadas pelos utentes que fizeram questão de lembrar que só procuram serviços hospitalares em busca de melhor saúde.
A paciente Ângela Tavares apesar de destacar a boa prestação a nível do Centro de Saúde, criticou os serviços do Hospital Central da Praia, onde diz que em relação à marcação de consultas, por exemplo, passam muitos anos sem chamar o doente.
“As vezes calha que, quando resolvem chamar o doente, este já está morto, então aqui é Deus que nos ajuda, porque o hospital não nos tem ajudado. Colocam os pacientes no banco e, mesmo com o doente a gritar de tanta dor, dão pouca atenção”, afirmou.
Por isso pede mudança da situação argumentando que as pessoas só dirigirem ao hospital em caso de afronta e não quando estão alegres.
Por seu lado a utente Carla Ferreira reforçou que o hospital não tem registado melhorias no atendimento, ajuntando ainda que, por vezes, as pessoas recorrem a consultas e não lhes são apresentadas um diagnóstico do seu problema a tempo certo.
“No meu caso tinha problema de coluna e disseram-me que o meu problema era gastrite, eu ia ser operada sem saber ao certo qual o meu problema de saúde, disseram que tinha massa no estômago, que tinha um caroço em baixo da mama, então acabei por não assinar e a não operar”, clarificou.
Após isso diz ter sido internada durante duas semanas, onde foi medicada e recebeu alta e mandada para casa.
“Então é por isso que muitos saem à procura de tratamento no exterior e outros chegam até a morrer sem saber do quê”, frisou, defendendo que o Hospital da Praia precisa mudar em tudo.
Por outro lado, a cidadã Fatinha Lopes que se encontrava à porta do Banco de Urgência à espera que um familiar fosse atendido pediu que se pense num espaço mesmo em frente aos serviços de urgência, com colocação de bancos, para que os familiares possam aguardar pelos seus doentes quando não lhes são permitido estar a acompanhá-los.
João Barros, por sua vez, reclamou da não permissão de acompanhamento aos doentes, explicando que só é permitido no máximo um familiar estar na companhia dos mesmos.
Na sua opinião também é preciso melhorar um pouco o atendimento que, a seu ver, não está muito bem.
Estas críticas foram feitas à Inforpress no âmbito do Dia Mundial do Doente, instituído pelo Papa João Paulo II, a 11 de Fevereiro de 1992.
A Inforpress contactou a direcção clínica do Hospital Agostinho Neto para abordar o assunto, mas tal não foi possível devido à "indisponibilidade de agenda" do responsável do sector, pelo que contamos trazer a reacção da instituição assim que os responsáveis se disponibilizarem para exercer o contraditório.
Este ano assinala-se o Dia Mundial do Doente sob o lema "Não é conveniente que o homem esteja só. Cuidar do doente, cuidando das relações”.
Em mensagem alusiva ao dia o Papa Francisco recorda que os doentes, os frágeis, os pobres estão no coração da Igreja e devem estar também no centro das solicitudes humanas e cuidados pastorais.
“Nesta mudança de época que vivemos, especialmente nós, cristãos, somos chamados a adoptar o olhar compassivo de Jesus. Cuidemos de quem sofre e está sozinho, porventura marginalizado e descartado, tratemos das feridas da solidão e do isolamento”, lê-se na missiva.
Só deste modo é que, segundo o Papa, será possível contrastar a cultura do individualismo, da indiferença, do descarte e fazer crescer a cultura da ternura e da compaixão.