Segundo a Lusa, tendo em conta as projecções demográficas, Cabo Verde tinha 27.700 jovens entre 15 e 17 anos, no último ano, pelo que os 12% equivalem a cerca de 3.300. No município de Mosteiros, na ilha do Fogo, mais de um terço daquela faixa etária está fora do sistema de ensino (35,7%), sendo o município com a taxa mais alta do país. Segue-se o município da ilha Brava (35%) e Tarrafal da ilha de São Nicolau (30%). Os três ficam situados em ilhas mais expostas a isolamento e fora das mais povoadas e activas economicamente.
Noutras faixas etárias inquiridas, a percentagem de crianças fora do sistema de ensino é muito mais baixa ou quase irrelevante (0,7% nas crianças entre quatro e 14 anos e 4,5% na faixa etária dos 4-5 anos).
É a primeira vez que o inquérito sobre as condições de vida dos agregados familiares inclui este quadro, separado por faixas etárias, no capítulo da educação, e surge relacionado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS fazem parte da agenda 2030 proposta pelas Nações Unidas e o quadro pretende analisar o alinhamento com o objectivo 4: “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos”.
Outro dos novos quadros apresentado este ano pelo INE, relacionados com o mesmo ODS, diz respeito à percentagem da população (a partir dos 10 anos) que concluiu o 6.º, 8.º e 12.º ano de escolaridade. Mais de 90% tem pelo menos o 6.º ano de escolaridade, 76,3% concluiu o 8.º ano (escolaridade obrigatória em Cabo Verde) e 41,2% terminou o 12.º ano.
A recolha de dados decorreu no final do quarto trimestre de 2023, nos 22 concelhos das nove ilhas habitadas, durante o Inquérito Multiobjectivo Contínuo (IMC), realizado junto de uma amostra de 9.918 agregados familiares.
No ano de 2023, a população residente em Cabo Verde foi estimada em 509.078 indivíduos (de acordo com a projecção demográfica 2010-2040), distribuídos por 155.534 agregados familiares, mais 4.891 que em 2022.