Num comunicado que assinala o dia, o banco central destaca que Cabo Verde alcançou um recorde de 31.634 milhões de CVE em 2022, um valor que se explica com a “melhoria da conjuntura externa registada ao longo do ano, nomeadamente, nos mercados de trabalho, num contexto de recuperação económica e consequente maior procura por mão-de-obra, além da manutenção das medidas temporárias de apoio e protecção do emprego”.
Já em 2023, segundo o Banco de Cabo Verde, as remessas dos emigrantes representaram cerca de 12 por cento do PIB, em comparação com os 13 por cento de 2022.
Apesar deste abrandamento, “verificou-se um aumento das transferências em divisas dos Estados Unidos da América em 32 por cento, de Portugal em 29 por cento e da França em 20 por cento”. Países que acolhem a maioria dos emigrantes cabo-verdianos e constituem os principais países de origem das remessas nos últimos anos.
O documento do BCV refere igualmente que embora “todas as ilhas habitadas de Cabo Verde recebam remessas dos emigrantes, as ilhas de Santiago, São Vicente e Fogo destacaram-se como os principais destinos nos últimos anos, recebendo em 2023, 80 por cento do total (81 por cento em 2022)”.
O BCV aponta que além das remessas dos emigrantes, também é possível obter dados sobre os seus investimentos em Cabo Verde.
“Em 2023, esses investimentos totalizaram cerca de 5.624 milhões de escudos cabo-verdianos, representando aproximadamente dois por cento do PIB”.
Remessas no Mundo
Segundo a ONU os fluxos de remessas aumentaram cinco vezes nos últimos vinte anos. Uma performance capaz de contrariar ciclos de crises económicas nos países destinatários.
Recentemente, o Banco Mundial publicou um relatório revelando que em 2020 a queda nas remessas foi de 1,6% em relação ao ano anterior, ao cair de 548 mil milhões de dólares para 540 mil milhões.
Este tipo de fluxos financeiros marca o “contrato social que liga os migrantes às suas famílias em casa”.
Embora se acredite que o total envolvido chegue a vários milhares de milhões de dólares, estima-se que famílias recebam em média entre 200 a 300 dólares mensais.
O Dia Internacional das Remessas de Famílias foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em consideração aos mais de 200 milhões de migrantes que enviam dinheiro a mais de 800 milhões de familiares em seus países de origem.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1177 de 19 de Junho de 2024.