"Hoje, no período da manhã, encontrou-se mais um corpo, numa das praias na zona de Juncalinho", disse à Lusa o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), Domingos Tavares.
"Neste momento, está uma equipa a tentar verificar se há mais pessoas", acrescentou.
O terceiro corpo foi localizado durante as operações que as autoridades têm conduzido na região desde que a embarcação foi encontrada.
"A embarcação já estava partida" e os corpos, todos de homens, "foram encontrados em diferentes lugares", sem nenhuma identificação, referiu à Lusa o delegado de saúde Élvio Pereira.
O primeiro a ser encontrado "ficou atracado nas rochas e foi enterrado de imediato".
O sobrevivente continua a receber cuidados médicos na delegacia de Saúde da Ribeira Brava.
"Ele disse que é do Mali, mas ainda não sabe dizer o seu nome, nem a data do nascimento", explicou Élvio Pereira.
"Apenas encontrámos um telemóvel que estava sem bateria", acrescentou.
O delegado de Saúde referiu que vai encetar contactos "com a procuradoria para ver se vão prestar algum apoio ao sobrevivente".
O caso assemelha-se a outros de população em fuga e em busca de melhores condições de vida em embarcações que partem da costa ocidental do continente africano, rumo às ilhas Canárias, Espanha, arquipélago que serve como porta de entrada para a Europa.
Em Maio deste ano, Cabo Verde já havia testemunhado um caso semelhante, quando nove pessoas perderam a vida e seis sobreviventes foram resgatados por um petroleiro italiano, de uma piroga, nas águas territoriais do país.
Os sobreviventes foram levados para a ilha de São Vicente, onde receberam cuidados médicos.
Outro caso ocorreu em Março, envolvendo um grupo de 56 migrantes que partiu da cidade portuária de Nouadhibou, na Mauritânia.
Daquele grupo, apenas 15 conseguiram chegar a Cabo Verde, ilustrando o perigo extremo.