“Os náufragos relataram que, inicialmente, estavam a bordo da embarcação 65 indivíduos de diferentes nacionalidades e que se encontravam à deriva no mar há vários dias”, indicou a polícia, em comunicado.
Os resgatados não conseguiram ainda dar mais informações às autoridades, acrescentou.
O caso é semelhante a outros de embarcações que ficam à deriva no oceano Atlântico, depois de largarem do continente africano para chegar a espaço europeu, no arquipélago espanhol das Canárias, mas sem meios adequados.
As autoridades retiraram cinco corpos do barco, dois em avançado estado de decomposição, e levaram cinco homens “muito debilitados” para o Hospital Baptista Sousa, no Mindelo, um dos quais acabou por morrer na unidade de saúde.
Dos quatro sobreviventes, dois são de nacionalidade senegalesa e dois são originários do Mali.
O alerta para a descoberta da embarcação numa praia na costa de Viana, localidade do Calhau, na zona leste da ilha de São Vicente, foi recebido pela polícia pelas 09:30 de domingo.
As Forças Armadas e o serviço de Protecção Civil fizeram buscas na área, em busca de outros sobreviventes, mas sem resultados.
"Ainda não há certeza da origem da piroga", disse Vitória Veríssimo, comandante regional do Serviço Nacional da Protecção Civil, acrescentando que todos são homens e "aparentemente jovens".
O Centro Conjunto de Coordenação de Salvamento, da Guarda Costeira, já tinha recebido informações do Senegal sobre embarcações do tipo avistadas dias antes.
Os trabalhos em curso incluem a Polícia Nacional, militares das Forças Armadas, operacionais da Cruz Vermelha e elementos da Polícia Judiciária (PJ).
Entretanto, os corpos foram transportados para a casa mortuária do Hospital Baptista de Sousa, no Mindelo, para a PJ fazer diligências necessárias para o reconhecimento.
Cabo Verde tem sido pontualmente destino de embarcações à deriva com pessoas que arriscam a vida com barcos precários, em alto mar, para chegar à Europa, em fuga da pobreza e da violência.
Três outros casos foram registados nos últimos 16 meses.
Em Novembro de 2022, uma embarcação com 66 imigrantes senegaleses deu à costa na ilha do Sal.
Em Janeiro do ano passado, uma piroga chegou à ilha da Boa Vista com 90 migrantes africanos a bordo, dois deles mortos.
Um barco que partiu do Senegal em Julho, com 101 pessoas, foi encontrado à deriva junto à ilha do Sal, em Agosto, com 38 sobreviventes que foram assistidos e repatriados.