A embarcação deu à costa no Norte de Baía, na zona do arrastador. Ainda no terreno, juntamente com a Polícia Nacional e a Delegacia de Saúde, a responsável avançou as primeiras informações à Rádio Morabeza.
“Temos uma embarcação que deu à costa com 11 pessoas, todas do sexo masculino. Estamos neste momento aqui com as equipas a fazer a intervenção. Estão estáveis, conscientes, estão a ser avaliados pela Delegacia de Saúde para depois serem encaminhados para a cidade e fazer toda a parte da logística e depois a Polícia Nacional e a Polícia Judiciária fazem o processo normal de investigação”, aponta.
“Não há mortos. São 11 pessoas vivas e segundo a documentação são do Mali. Estão todos conscientes e estáveis”, garante.
Vitória Veríssimo afirma que o alerta chegou na Protecção Civil, através da Polícia Nacional, por volta das 7h15 da manhã.
Relativamente aos quatro sobreviventes da piroga que deu à costa na zona do Calhau, também em São Vicente, no último domingo, a responsável informa que os mesmos já tiveram alta.
“Estão bem, estão estáveis e a receber a parte da ajuda humanitária”, refere.
Neste caso, as autoridades retiraram cinco corpos do barco, dois em avançado estado de decomposição, e levaram cinco homens “muito debilitados” para o Hospital Baptista Sousa, no Mindelo, um dos quais acabou por morrer. Os dois malianos, um senegalês e um cidadão da Mauritânia já estão recuperados.
Cabo Verde tem sido pontualmente destino de embarcações à deriva com pessoas que arriscam a vida com barcos precários, em alto mar, para chegar à Europa, em fuga da pobreza e violência.
Registaram-se outros três casos nos últimos 16 meses. Em Novembro de 2022, uma embarcação com 66 imigrantes senegaleses deu à costa, na ilha do Sal. Em Janeiro de 2023, uma piroga chegou à ilha da Boa Vista com 90 migrantes africanos a bordo, dois deles mortos. Um barco que partiu do Senegal em Julho de 2023, com 101 pessoas, foi encontrado à deriva junto à ilha do Sal, Cabo Verde, em Agosto, com 38 sobreviventes, assistidos e repatriados.