“Na verdade, este tem sido um período eleitoral com menos ocorrências que já registámos nos últimos anos. Temos muito poucos registos de ocorrências, essencialmente algumas perturbações em actividades de campanha, sobretudo comícios, muitas vezes provocadas por pessoas em estado de embriaguez ou com problemas mentais”, declarou Roberto Fernandes ao Expresso das Ilhas.
Conforme assegurou, a Polícia Nacional não tem registo de ocorrências entre apoiantes de partidos, muito menos de candidatos.
Fernandes admitiu, contudo, que apenas poderá fazer uma comparação com os anos anteriores depois do relatório da campanha estar completo. Porém, reforça que até a presente data não há grandes situações, salvo as reportadas.
Preparação da PN
Segundo o responsável, há já algum tempo que a Polícia Nacional está a preparar a operação de segurança das eleições, envolvendo encontros com diversas entidades, como a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e a Direcção-Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAP).
“Fizemos formações sobre o Código Eleitoral, replicadas para todos os efectivos da Polícia Nacional a nível nacional, para que estivéssemos preparados para garantir a melhor segurança possível”, reforçou.
A PN também teve encontros com os presidentes das Câmaras Municipais sobre a distribuição dos espaços para a colocação de material de campanha, sobretudo material gráfico, nacionalmente.
Fernandes menciona, entretanto, que nem todos os partidos políticos enviaram as suas programações de campanha com antecedência, o que obrigou a Polícia Nacional a adoptar outras estratégias de acompanhamento.
“Temos pontos focais designados para cada candidatura nos círculos eleitorais mais pequenos, que diariamente recolhem informações sobre as actividades para podermos assegurar a sua segurança”, afirma.
Operação de segurança no dia 1
Faltando apenas três dias de campanha, Roberto Fernandes diz que a tendência é o endurecer de situações e debates políticos que podem suscitar alguma situação que exige a intervenção da polícia.
Nas vésperas das eleições, prossegue, a PN estará a fazer o patrulhamento chapeado e patrulhamento salto para evitar que haja situações de propaganda eleitoral neste dia ou forma de condicionar a reflexão dos eleitores que devem estar a preparar a sua decisão para fazer a sua eleição de forma livre.
Já no dia das eleições, todos os efectivos da Polícia Nacional estarão mobilizados, incluindo reforços de unidades não operacionais e formandos do Centro Nacional de Formação.
Conforme explicou Roberto Costa Fernandes, o trabalho inicia às 06h00 da manhã, com a escolta dos boletins de voto até às mesas de assembleia de voto.
“Durante o processo, a polícia manter-se-á a 50 metros das mesas, mas pronta para intervir, caso necessário, em colaboração com os presidentes das mesas”, explana.
Apelo à serenidade
Por fim, Fernandes apelou à continuidade do clima pacífico que tem marcado este período eleitoral.
“Gostaria de fazer um apelo para continuarmos a ter um processo eleitoral seguro e que o debate seja político, terminando este processo sem ocorrências de maior, como tem acontecido até agora”, apelou.
De salientar que a campanha eleitoral iniciou às 00h00 do dia 14 e termina à meia-noite do dia 29 de Novembro.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1200 de 27 de Novembro de 2024.