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A Direcção Nacional do MpD esteve reunida no dia 11 de Janeiro, na Biblioteca Nacional, na Cidade da Praia. Na agenda estiveram temas como a eleição do novo Secretário-Geral do partido, a análise dos resultados das eleições autárquicas de 1 de Dezembro de 2024 e a aprovação de orientações políticas.
Agostinho Lopes eleito Secretário-Geral
Na reunião, marcaram presença todos os membros da Direcção Nacional, da Comissão Política Nacional, do Secretariado Nacional, os presidentes das Comissões Políticas Concelhias e das Comunidades Emigradas, da Direcção do Grupo Parlamentar e os representantes das Mulheres Democratas e da Juventude para a Democracia (JpD).
Na sequência da demissão de Luís Carlos Silva, os dirigentes nacionais elegeram Agostinho Lopes, antigo Presidente do MpD, como novo Secretário-Geral. A eleição, por unanimidade, seguiu a proposta do Presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva, que agradeceu o trabalho desenvolvido por Luís Carlos Silva e sublinhou a experiência, dedicação e capacidade de diálogo de Agostinho Lopes para reforçar a organização e dinamismo do partido.
Reflexão sobre os resultados das autárquicas
A análise política incluiu a apresentação de um estudo de opinião que permitiu compreender as causas do desaire eleitoral e apontar caminhos para o futuro.
Segundo o MpD, o estudo indicou que o desempenho do Governo não foi determinante nos resultados e mostrou que os cabo-verdianos acreditam numa melhoria das condições de vida em 2025.
“Os dados do estudo demonstram de forma clara que os cabo-verdianos confiam na melhoria das suas condições de vida em 2025, o que é uma oportunidade para respostas assertivas do Governo ao nível de medidas que aumentem o emprego, reduzam os impactos do aumento do custo de vida, melhorem os serviços de saúde e a tranquilidade e segurança pública”, lê-se num comunicado do partido.
Ulisses Correia e Silva reconheceu os maus resultados das autárquicas e assumiu a responsabilidade política pelo desempenho do partido.
O líder do MpD apelou à reflexão serena e frisou a necessidade de mudanças que possam reforçar a confiança dos cabo-verdianos no partido e no Governo.
“Temos de ser um partido de mudanças no contexto dos novos desafios nacionais e internacionais”, afirmou.
União e preparação para 2026
Os dirigentes sublinharam a importância da união e coesão do partido para enfrentar os desafios políticos, incluindo a crescente abstenção e desconfiança nas instituições. O diálogo interno e com a sociedade foi apontado como essencial para recuperar a confiança e preparar o partido para as eleições legislativas de 2026.
Nessa perspectiva, a recandidatura de Ulisses Correia e Silva a Primeiro-Ministro foi aprovada por aclamação.
“É com grande sentido de responsabilidade que recebo a aclamação da Direcção Nacional do MpD como candidato às eleições legislativas de 2026. Esta decisão reflecte a confiança e a união do partido em torno de um propósito comum: continuar a construir um Cabo Verde mais forte, justo e inclusivo”, escreveu o presidente do partido no Facebook.
“Com o apoio de todos, vamos trabalhar juntos para assegurar mais uma vitória para o MpD em 2026, com foco no progresso, na estabilidade e na melhoria da qualidade de vida de todos os cabo-verdianos”, garantiu Ulisses Correia e Silva.
Foi ainda decidido não realizar uma Convenção Extraordinária, considerando que os mandatos da Direcção Nacional e do Conselho de Jurisdição são válidos até Maio de 2026.
No entanto, foi admitida a hipótese de antecipar a Convenção Nacional, caso a evolução da conjuntura política assim o aconselhe.
“Foi admitida a hipótese de antecipação da Convenção Nacional, se a evolução da conjuntura política assim aconselhar e a própria Direcção Nacional, em análise política objetiva, entender que será oportuno e possa servir para potenciar a dinâmica interna, rumo à vitória nas eleições legislativas de 2026”, consta.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1207 de 15 de Janeiro de 2025.
