Burlas online: Navegando num sítio de embustes

PorSara Almeida,16 fev 2025 10:06

Desde que o mundo é mundo, há burlas, burlões e burlados. Mas, com as novas tecnologias, os contornos são cada vez mais preocupantes. As redes sociais tornaram-se terreno fértil para atingir um grande número de potenciais vítimas e a “desmaterialização” do criminoso torna difícil a sua captura. E quando se pensa que já se conhecem todos os esquemas, logo surge um novo, ou se muda a roupagem de um antigo, não deixando ninguém a salvo. Ainda na semana passada, a Polícia Judiciária alertou para novos esquemas de burla que estão a assumir uma dimensão inusitada. O inspector José Domingos Brito, da Brigada Central de Investigação e Combate ao Cibercrime e ao Terrorismo, explica melhor estes e outros casos, e reforça o apelo aos cuidados a ter. Prevenir é sempre o melhor caminho, e a atenção e literacia dos utilizadores da internet é a pedra angular neste combate.

Há cerca de dois anos, M. recebeu uma mensagem no WhatsApp vinda de um número estrangeiro. Alguém que assinava com um nome feminino, também estrangeiro, e que, alegadamente, trabalhava num banco informava-o de que um familiar tinha falecido e lhe deixara uns quantos milhares de dólares. Para receber a dita herança, M. precisava de enviar os dados bancários. Se não enviasse, não haveria transferência. M. não acreditou. O caso ficou por ali, por uma tentativa de phishing, sendo provável que se seguissem pedidos de envio de determinadas quantias para pagar partes do processo. Afinal, é esse o modus operandi das chamadas “Cartas da Nigéria”, também apelidado de “burla 419” (nome que vem do artigo 419 do Código Penal da Nigéria, que pune esse crime).

Na verdade, ao longo dos anos há registos de várias burlas em Cabo Verde: ‘rituais de curas milagrosas e de feitiços’, dinheiro mágico, passando por investidores estrangeiros. Há também a Burla das Sementes, esquemas de pirâmide, etc, etc. O esquema em que tentaram fazer M. cair também já é velho, mas continua a fazer vítimas em todo o mundo, agora de forma mais disseminada pelas redes sociais.

Outros casos

Também pouco original, foi o golpe que tentaram pregar a C. No final de 2024, recebeu uma mensagem de uma conhecida no WhatsApp. Começaram a trocar mensagens, e C. estranhou um certo grau de intimidade que na realidade não tinham e algumas expressões usadas na conversa. Mais estranhou o facto de, apesar de a foto de perfil e o nome serem da referida conhecida, o número de telefone ser estrangeiro. A certo momento, a pessoa com quem trocava mensagens pediu apoio para o funeral de um familiar em Portugal, mas a palavra que usou para identificar a cerimónia fúnebre não era também comum nem naquele país, nem em Cabo Verde. C. tentou então fazer uma vídeo chamada que foi recusada. Perante a insistência do pedido de apoio financeiro, continuou também ela a insistir na chamada, sem sucesso. Ligou, então, para o marido da conhecida. Era tudo uma farsa. Uma apropriação de foto e nome, com fins fraudulentos. Como o fizeram, como conseguiram a identidade, não se sabe. Felizmente também aqui não houve vítimas.

Mais um caso. De repente, vários amigos de N. começaram a receber mensagens por via da sua conta de Facebook. Mensagens de circunstância, aparentemente normais. Mas, à medida que as conversas iam fluindo, e já era possível aferir o grau de amizade ou parentesco desses amigos, algumas tomaram um rumo estranho.

“Contavam uma história de que havia alguém da família doente e que precisava de fazer uma troca de valores (moeda). Pediam à pessoa para lhes depositar o valor em euros numa conta em Portugal e eles devolveriam em escudos ou vice versa. Falamos de montantes elevados, 3000 a 5000 euros”. Alertada pelos contactos de Facebook, que acharam estranho o pedido, N. logo avisou todos os seus amigos da rede social que a sua conta fora “hackeada” e fechou-a. Felizmente, não houve ninguém que tivesse caído nesta patranha.

Figuras Públicas

N. é uma ilustre desconhecida, mas há registo de casos com contornos semelhantes envolvendo figuras públicas. Há cerca de um ano, A. recebeu o pedido de amizade no Facebook de uma personalidade conhecida, do ramo da diplomacia. Recebeu algumas mensagens, sempre com conteúdo inocente, como votos de bom dia. Começou a estranhar tanta atenção, e, em contacto com conhecidos, soube que também eles tinham recebido o mesmo tipo de mensagens. Contactou uma conhecida que trabalhava com a referida figura pública que o informou tratar-se de uma página falsa, que a certa altura começava a pedir dinheiro emprestado para determinada “urgência”, e que lhe avançou existir já uma queixa sobre o esquema na Polícia Judiciária.

Algo semelhante terá acontecido também já em Janeiro de 2019 com a então primeira dama Lígia Fonseca. Conforme denunciou, foi criado um perfil falso no Facebook usando o seu nome, em que era apresentada como accionista de um banco e pedia informações pessoais e profissionais aos seus amigos nas redes sociais. Depois solicitava transferência bancária como forma de investimento que prometia ser benéfico para ambas as partes.

Mais recentemente, em 2024, o presidente da República, José Maria Neves, e a Primeira Dama, Debora Carvalho, passaram pelo mesmo (e não foi sequer a primeira vez). Pelo facebook proliferaram perfis falsos em nome de um ou outro, envolvendo esquemas de burla, o que levou a Presidência a emitir um alerta. Esses perfis, como explicaram, prometiam apoio financeiro em troca de documentação e valores em dinheiro.

“Um exemplo recente envolve uma falsa promoção das Nações Unidas, supostamente intermediada pelo Presidente, que, de forma enganosa, promete 10 milhões de escudos”, refere a nota da Presidência, citada pelo Expresso das Ilhas, em Julho. Um ano antes, fora emitido comunicado semelhante , o que mostra a recorrência do fenómeno.

Outra figuras públicas, amiúde são também envolvidas em esquemas do género.

Alerta PJ

Alguns recentes, outros mais antigos, outros ainda com nova roupagem, os casos sucedem-se. Há, neste momento, dois tipos de burla que preocupam a Polícia Judiciária. No sentido de alertar a população, a Direcção Nacional da Polícia Judiciária, através da Brigada Central de Investigação e Combate ao Cibercrime e ao Terrorismo, alertou na semana passada para os modus operandi destes dois crimes.

O primeiro assemelha-se, na verdade, aos casos acima descritos: “burla envolvendo o nome de figuras públicas e entidades de crédito nas redes sociais”. Conforme explicou a PJ em nota de imprensa, “o criminoso cria um perfil falso com o nome e fotografia de figuras públicas e, em seguida, publica anúncios nas suas páginas de redes sociais oferecendo crédito sem juros, direccionado a pessoas que desejam investir em negócios”.

Lançada a isca nas redes sociais, se a vítima mostrar interesse são solicitados dados sensíveis, como os dados pessoais e número da conta bancária. Avançando, é pedido um pagamento inicial. “Se a vítima realizar o pagamento para o nome e destino indicado (fora de Cabo Verde) através de Western Union ou MoneyGram, significa que acreditou na fraude”, explica a PJ.

A partir daí, os criminosos continuam a pedir dinheiro para outras etapas do processo “como validação, aprovação, desbloqueio da verba, activação da transacção, etc”. Os pedidos só acabam quando a vítima percebe que é enganada.

Estas conversas ocorrem nas redes sociais, com destaque para a plataforma WhatsApp.

“A questão da burla tem sido cada vez mais corrente”, assinala, ao Expresso das Ilhas, o inspector da referida Brigada, José Domingos Brito, acrescentando que se verifica um aumento do número de pessoas que “caem na conversa” dessas páginas falsas.

Entretanto, e relacionado com este, há um segundo tipo de crime em voga, em que as vítimas são usadas como “ponte” de actividades ilícitas ou cúmplices do criminoso sem saberem.

Os criminosos acedem ilicitamente a uma conta bancária de uma primeira vítima, acesso esse geralmente conseguido porque a vítima deu as suas credenciais e dados ao criminoso, de forma consciente ou não. De seguida, explica José Brito, retiram dinheiro e depositam-no na conta das segundas vítimas. Estas, por sua vez, levantam o dinheiro e enviam-no para fora do Cabo Verde, para um destinatário indicado pelos criminosos, via - mais uma vez - Western Union ou MoneyGram.

As duas modalidades estão, geralmente, interligadas. “O criminoso, quando vê que a pessoa já acreditou no financiamento, aproveita os dados para solicitar à vitima um novo serviço que é receber transferências regulares”, explicita o inspector. Isto porque o criminoso não consegue aceder e levantar directamente o dinheiro “vivo” da conta ilicitamente acedida.

Assim, “a vítima da burla anterior, ainda acreditando que tem uma chance de conseguir o financiamento, acaba por fazer o trabalho criminoso de servir ponte”.

Mais uma vez, enquanto a vítima não perceber que está a ser enganada, “é um ciclo que nunca mais acaba”.

Quanto à vítima de cuja conta é retirado o dinheiro, trata-se geralmente de casos de phishing.

Aliás, hoje em dia é cada vez frequente avisos de bancos, SISP, ou até as operadoras móveis a alertar para as tentativas de phishing aos seus clientes, cada vez mais comuns e sofisticadas.

Fazendo um parênteses para ilustrar, já em 2019 a operadora CV Móvel emitiu um comunicado avisando os seus clientes de um caso de burla através de chamadas telefónicas internacionais ou via Viber, feitas em nome da empresa, a oferecer prémios em dinheiro. Para alegadamente depositar o prémio, os criminosos, solicitavam os dados bancários e pessoais dos clientes “vencedores”. Casos como este continuam a acontecer, agora com destaque para as mensagens WhatsApp que, geralmente, encaminham para páginas falsas que colectam as informações sensíveis. Acontece aqui e acontece um pouco por todo o mundo.

Mas voltando às burlas de “ponte” divulgadas na semana passada. Em relação aos países de destino desse dinheiro “vivo” que as vítimas enviam, o inspector José Brito escusa-se a dizer qual é o mais frequente. “O criminoso, em princípio, não tem fronteiras. O crime cibernético é transnacional”, sublinha. “O criminoso pode estar aqui ao lado, mas com a tecnologia pode dissimular a sua localização, então nunca se sabe. Pode estar em qualquer lugar e muitas vezes acabam por utilizar a fragilidade legal para se esconder”.

Isto não quer dizer que não haja consequências. Com a investigação e cooperação internacional é sim possível ter a “localização, identificação e punição”, diz, garantindo que a PJ de Cabo Verde tem parceiros que apoiam e auxiliam na investigação, quando esta ultrapassa as fronteiras nacionais.

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“A cooperação internacional funciona sempre, e temos óptimos parceiros a nível da convenção de Budapeste, que funciona muito bem, a nível da Organização das Nações Unidas, da Interpol e a nível regional e sub-regional”, garante.

Queixas aumentam

É difícil apresentar dados estatísticos sobre as queixas de burlas informáticas, uma vez que estas podem ser apresentadas em diferentes forças policiais ou directamente no Ministério Público – para onde, aliás, acabam por ser encaminhadas, dado que é este o detentor da acção penal.

Nos seus relatórios da situação da Justiça, contudo, o MP não discrimina este tipo de crime, geralmente enquadrado dentro da tipologia chapéu de crimes contra a propriedade.

Assim, apesar de não se poder avançar o número concreto de queixas, sabe-se que, embora não seja alarmante, já é fora do comum. Pelo menos segundo a PJ, tem sim, havido um aumento.

Esse aumento foi, aliás, a razão pela qual esta polícia decidiu emitir o seu comunicado de alerta. A ideia é apelar “à população em geral, a todas as pessoas “que utilizam a internet, no sentido de terem mais cuidado e ficarem atentos às modalidades que estão a surgir”, explica José Brito.

As queixas apresentadas junto às autoridades são, não de pessoas vítimas de tentativa de fraude, que tendem a ignorar o ocorrido, mas de quem já caiu no engodo e tem receio de complicações futuras.

“Caíram no esquema, o mal está feito, pelo que agora é correr atrás do prejuízo. Na investigação vamos ver como conseguimos ultrapassar esse problema, se se consegue identificar os suspeitos e como agir, de acordo com a legislação nacional”, avança.

Quanto às vítimas, não há um perfil único. Algumas têm um nível de escolaridade alto, outras baixo; podem ser homens ou mulheres, etc. Algo em comum? Geralmente, são “pessoas que utilizam a internet de uma forma regular” e com a ideia de que há “dinheiro fácil”.

Não há dinheiro fácil

Repita três vezes: não há dinheiro fácil.

Os burlões não vão parar. E não param por sempre irão “encontrar quem caia na conversa”, seja por ingenuidade, ganância, ou outro sentimento marcadamente humano.

Ademais, quando uma táctica já não resulta, logo inventam outra. Por isso, o apelo da PJ é que as pessoas sejam sempre cautelosas e criteriosas.

“Há que ter sempre espírito crítico”, destaca o inspector José Brito. Por exemplo, dificilmente às 11 da noite, uma figura pública com a qual não se tem uma relação de confiança, irá falar com um cidadão.

Como alerta o inspector, muitas fraudes acontecem porque a vítima, sem perceber, facilita a sua ocorrência. E destaca: a principal defesa contra os crimes cibernéticos está na prevenção por parte dos próprios utilizadores.

Assim, o primeiro conselho é redobrar a cautela sempre que se faz um negócio com desconhecidos, estando atento a qualquer sinal de alerta, como mudanças repentinas no plano inicial da transacção.

Ademais, “nunca se deve actualizar dados bancários ou enviar credenciais online, pois isso é um indício imediato de fraude”, avisa. Nessa linha, sempre que recebam mensagens a solicitar actualização de informações financeiras, os utilizadores devem contactar directamente o banco ou a SISP, entidade responsável pelos cartões de pagamento.

Entretanto, caso já tenha partilhado dados bancários com terceiros, o melhor a fazer é contactar imediatamente o banco. Recomenda-se ainda que todos os que utilizam a Internet para pagamentos consultem regularmente o estado da sua conta, para garantir que não há movimentos suspeitos.

Reforça-se aqui a importância da literacia digital para que se faça “o melhor uso possível daquilo que a tecnologia e a internet nos podem proporcionar”, mas também para uma melhor noção do perigo que propostas aparentemente vantajosas que chegam por e-mail ou redes sociais representam.

“Por mais segura que seja a internet, nunca é suficiente se não houver colaboração dos usuários”, destaca José Brito.

Burlas sentimentais

Um outro tipo, ou subtipo, de burlas que de vez em quando aparece são aquelas em que o criminoso cria laços românticos com a vítima e lhe vai extorquindo dinheiro. Cabo Verde já teve mais registos destes casos do que agora, mas o dating fraud continua a acontecer. Numa das suas variantes, depois de criado o laço, os burlões pedem fotografias íntimas e, a partir desse momento, entra-se numa segunda fase: a chantagem

A vítima, receosa, entra num ciclo de pagamentos na tentativa de evitar a exposição.

Quando os recursos se esgotam, a pessoa já perdeu grandes quantias e encontra-se numa posição vulnerável, tanto financeiramente como emocionalmente

Em casos mais extremos, o impacto psicológico pode ser devastador, alerta o inspector.

Há, mundialmente, casos que terminam mesmo em suicídio, embora, em Cabo Verde não haja registo de desfechos tão trágicos.

Neste tipo de esquema, observa José Brito, o mais importante é procurar ajuda. Se alguém próximo for alvo deste tipo de burla, é fundamental conversar, orientá-lo e garantir que não enfrenta o problema sozinho.

“É procurar pessoas mais esclarecida na área, no sentido de não só resolver a situação, mas também como ultrapassar, porque os danos podem ser irreparáveis”, aconselha.

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“Matança do Porco”

A nível mundial, um esquema que tem vindo a ganhar grandes contornos é o chamado “pig-butchering”, ou “matança do porco”. Numa investigação da The Economist, realizada ao longo de mais de um ano e em diferentes continentes, e publicada num podcast da revista na semana passada, este esquema é explicado da seguinte forma: primeiro, os burlões constroem um curral, criando perfis falsos nas redes sociais. Depois, escolhem o porco, identificando uma vítima; engordam o porco, passando semanas a ganhar a sua confiança; cortam o porco, tentando-o a investir; e, por fim, abatem o porco, extraindo-lhe “até a última gota” de dinheiro.

Um dos casos que ilustram o esquema, é o de Edgar, um americano, que conheceu Rita, alegadamente de Singapura, no LinkedIn. Com a sua ajuda, começou a lucrar com criptomoedas e aumentou o investimento. No entanto, ao tentar resgatar o dinheiro, descobriu que a plataforma era falsa e perdeu 78 mil dólares. Rita, afinal, era uma vítima do tráfico humano, mantida prisioneira num complexo em Myanmar. Conforme a própria contou, seguia um manual de operações que tinha desde sugestões de conversa, noções de psicologia e informação sobre criptomoedas.

Esta indústria como mostra o referido podcast Scam Inc, do The Economist, está a crescer rapidamente. Em Singapura, as burlas tornaram-se o crime mais comum. Dados da ONU, citados na investigação, dizem que, em 2023, a indústria empregava cerca de 220.000 pessoas no Camboja e em Myanmar; a nível mundial, o United States Institute of Peace (USIP), um think tank americano, aponta que cerca de 500.000 pessoas trabalham directamente como scammers. Num olhar mais amplo, estima-se que a indústria empregue 1,5 milhões de pessoas.

Em termos monetários, acredita-se que o produto global da fraude online seja superior a 500 mil milhões de dólares por ano.

Em vários aspectos, esta nova criminalidade assemelha-se ao tráfico de drogas, mas é um desafio ainda maior, uma vez que opera fora do alcance da lei, com criminosos organizados em redes descentralizadas. Os burlões trabalham em complexos que combinam fábricas de fraude com bordéis e centros de tortura, financiando políticos e autoridades para protecção. Ou seja, combinam-se aqui vários crimes graves, incluindo o tráfico de seres humanos. Em países como Camboja, Laos e Myanmar, o cibercrime já sustenta a economia. Assim, ao fenómeno dos Narco-Estados sucedem-se agora os “Estados da Burla”.

“Os burlões online tornaram-se ricos e poderosos o suficiente para corromper governos inteiros, transformando países inteiros no equivalente cibernético de estados narco”, lê-se num dos artigos que introduz o podcast.

Com o desenvolvimentos das tecnologias, como aponta ainda a reportagem, a fraude online passa também por constantes inovações, usando malware avançado para recolher dados sensíveis dos dispositivos das vítimas, criptomoedas para roubar e lavar dinheiro. De referir que em Cabo Verde ainda não há registo de queixas de fraudes com criptomoedas.

Entretanto, a inteligência artificial está a ampliar ainda mais o alcance e a sofisticação dos golpes. Por exemplo, a tradução já permite que sejam “empregadas” (muitas vezes em condições de escravatura) pessoas que não falam inglês e as deepfakes já permitem enganar vítimas com chamadas de vídeo falsas, incluindo com “imagem” de pessoas conhecidas.

Tudo isto num ambiente em que o avanço dos pagamentos digitais, o anonimato da internet e a fraca fiscalização em certos países criaram um ambiente propício para golpistas.

“Os tempos dos e-mails claramente falsos de supostos príncipes nigerianos ficaram para trás”, lembra a The Economist. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1211 de 12 de Fevereiro de 2025.

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Autoria:Sara Almeida,16 fev 2025 10:06

Editado porAntónio Monteiro  em  20 fev 2025 6:20

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