Os dados, apresentados esta sexta-feira pela presidente da Fundação Doenças do Movimento, Leida Tolentino, indicam ainda que 70% dos doentes enfrentam dificuldades moderadas ou graves no acesso a tratamentos.
Segundo o estudo, realizado entre Julho e Dezembro de 2024, foram identificados 110 portadores de doenças do movimento, com destaque também para casos de tremor essencial (9%) e doença de Huntington (8%).
A recolha de dados abrangeu instituições públicas e privadas nas ilhas de Santiago, São Vicente e Santo Antão, complementada com entrevistas e questionários online, envolvendo participantes de quase todas as ilhas.
A investigação, inspirada no livro “A Vitória Hoje” de Corsino Tolentino, pai da responsável, recomenda o reforço do sistema público de saúde e a descentralização dos serviços de neurologia, actualmente concentrados em Santiago , bem como uma abordagem multidisciplinar no tratamento, incluindo terapias, apoio psicológico e comparticipação do INPS.
Apesar da prevalência ser inferior à média internacional e da África Ocidental, o estudo alerta para o aumento recente de casos e destaca o impacto significativo da doença na qualidade de vida dos doentes, com limitações motoras, tristeza, ansiedade e problemas de memória entre os principais sintomas reportados.