“O processo está em pleno andamento. Já estamos em comunicação com Cuba. Estão neste momento cerca de 20 médicos identificados por Cuba. A situação de dificuldades não é só Cabo Verde que vive. Cuba também enfrenta problemas complexos relativamente à própria disponibilidade de especialistas… estão a trabalhar arduamente”, anunciou Jorge Figueiredo, à margem da visita ao bairro de Fonton, comandada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O objectivo é que os médicos cheguem ao país ainda este ano, e o Ministério da Saúde já está a trabalhar com outras entidades para definir o quadro de necessidades, tendo em conta a nova carta sanitária e os perfis epidemiológicos e demográficos das diferentes regiões.
Além da chegada de médicos cubanos, com o apoio da cooperação internacional, para reforçar os hospitais centrais e regionais, o titular da pasta da Saúde referiu que se está também a trabalhar paralelamente com os médicos nacionais, tendo sido já identificados 25 a 30 médicos nacionais que se encontram fora do sistema laboral, isto é, não fazem parte do Ministério da Saúde.
“Estamos já em processo de contrato resolutivo, isto é, a possibilidade que tem hoje da nova lei que permite o Ministério da Saúde fazer contratos imediatos. São cerca de 28 a 30 médicos que entrando no sistema virão a descomprimir a pressão sobre o sistema e, com certeza, contribuirão para reduzir esse número que inicialmente são 70, podendo evoluir para 50 ou 60 médicos”, explicou.
Nesta perspectiva, o governante acredita que dentro em breve o sistema de saúde poderá responder com qualidade, “aumentando significativamente”, o número de médicos nos hospitais centrais, regionais e nos centros de saúde.
“As reclamações têm sido muitas, desde as áreas da saúde pública relativamente ao funcionamento dos centros de saúde, particularmente os centros de saúde da periferia, as delegacias de saúde, da Brava, Fogo, Santo Antão, São Nicolau, etc., mas também dos hospitais”, admitiu, avançando que neste momento o ministério já tem dois oftalmologistas na pista para serem contratados.
“Para responderem às dificuldades enormes que São Vicente está a ter nesta matéria. Portanto, estamos fechando em função da actual disponibilidade”, conta, indicando, por outro lado, que o processo do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) está a avançar.
Segundo a mesma fonte os quase 50% ou 1.600 contratados precários, aqueles que trabalhavam já há bastante tempo sem um contrato directo com o Ministério da Saúde, já foram totalmente contratados.
“São 1.600 e tal profissionais que hoje estão no quadro. Portanto, os problemas do vencimento, dos salários em atraso, estão praticamente sanados pelo Ministério da Saúde”, contemplou.