​São Vicente discute protecção infantil face às mudanças climáticas

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,20 nov 2025 14:38

São Vicente acolhe hoje a Conferência “Protecção da Criança em Contexto das Mudanças Climáticas”. O evento, realizado pelo Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente, em parceria com a UNICEF, no auditório da Escola Industrial e Comercial do Mindelo, marca o Dia Mundial da Criança e os 36 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança.

A Secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, que presidiu à abertura da conferência, sublinha os avanços na proteção infantil no país e reforça o compromisso do executivo face aos desafios climáticos.

“Mas é, de facto, um dia para reflectirmos sobre até que ponto estamos a respeitar ou a implementar projectos que visam realmente garantir a proteção dos direitos das nossas crianças, neste caso particular, aqui em Cabo Verde(...). O governo de Cabo Verde, o Estado de Cabo Verde, os sucessivos governos, têm vindo realmente a colocar sempre as crianças com prioridade absoluta na nossa governação. Portanto, as crianças têm vindo a merecer o devido respeito pelos governos, e o nosso governo atual tem dado prioridade absoluta com programas fortes, estruturantes, para as nossas crianças e adolescentes”, afirma.

Para Lídia Lima, a data serve para avaliar até que ponto o país está a respeitar e a aplicar medidas concretas para garantir a proteção dos direitos das crianças, realçando que os sucessivos governos colocam as crianças “com prioridade absoluta da governação”.

Por seu lado, o representante residente do UNICEF em Cabo Verde, David Matern, defende que as políticas de adaptação e mitigação devem integrar medidas específicas para este grupo.

“Cabo Verde é claramente um país resiliente, mas também é um país em que os efeitos das mudanças climáticas se fazem sentir de forma muito intensa, com secas recorrentes, escassez de água e ventos extremos que impactam a saúde, a economia familiar e a segurança alimentar. O que aconteceu em São Vicente, no mês de Agosto, é um exemplo claro de como as crianças são as mais impactadas quando ocorre uma crise ambiental. São elas que enfrentam maiores riscos de doenças, violência e interrupção das aprendizagens, sem esquecer os impactos psicológicos nos que vivenciaram de perto o fenômeno climático. Por isso, nas nossas decisões, temos que também ouvi-las, pois são elas que herdarão as consequências daquilo que fizemos ou deixamos de fazer hoje”, refere.

O UNICEF recorda que o tema global deste ano, “Meu dia, meus direitos”, apela à escuta activa das crianças, para que possam expressar as suas preocupações e contribuir para soluções que protejam o seu futuro.

Na mesma linha, Assunção Oliveira, em representação do ICCA, diz que as crianças têm menor capacidade física para resistir a condições climáticas adversas.

“As crianças são fisicamente as mais suscetíveis, uma vez que têm menor capacidade de resposta às condições climáticas severas, o que se traduz numa menor capacidade de sobrevivência. Além disso, são um grupo com maior probabilidade de morrer de doenças que serão agravadas pelas alterações climáticas”,adverte.

O evento reúne representantes institucionais, parceiros internacionais, jovens líderes e organizações da sociedade civil, com o objetivo de refletir sobre a integração da proteção infantil nas políticas ambientais, na resiliência comunitária e na educação para a sustentabilidade.

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,20 nov 2025 14:38

Editado porAndre Amaral  em  20 nov 2025 23:22

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