Esta “falta de coragem”, segundo a presidente do PAICV, tem que ver com o facto de Ulisses Correia e Silva não mexer nos titulares das pastas que, entende, “mais têm dado “dor de cabeça ao primeiro-ministro e têm contribuído para fragilizar a própria imagem do país em muitos casos”.
Janira Hopffer Almada refere-se a ministra da Educação, das Infra-estruturas e do próprio ministro dos Negócios Estrangeiros. Em relação a este último, considera que o facto de o primeiro-ministro ter optado por chamar a si a pasta da Integração Regional, representa “um gesto de reconhecimento que este ministério tem registado grandes fragilidades e tido um mau desempenho”.
A constatação foi feita pela presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, em conferência de imprensa, para reagir à primeira remodelação governamental desta legislatura, apresentada esta quarta-feira, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
A líder da oposição afirma que durante este tempo o Governo vinha dando sinais de “stress e cansaço”, não teve eficácia nem eficiência de apresentar aos cabo-verdianos a solução prometida, mas também não tem sabido demonstrar que está à altura dos desafios que um país como Cabo Verde tem.
“Quem não se lembra do primeiro-ministro anunciar, com pompa e circunstância, durante a tomada de posse, que o seu Governo reduzido era para manter e que nada justificaria o seu alargamento. Hoje podemos ver que esse executivo teve um alargamento gordo, passando de 12 para 20 membros”, considera.
Janira Hopffer Almada entende, por isso, que a medida demonstra e põe a nu que as promessas e compromissos de Ulisses Correia e Silva não são para serem levados a sério.
Para a presidente do PAICV, a escolha do actual ministro das Finanças, Olavo Correia, que passa a desempenhar também as funções de vice-primeiro-ministro, é uma opção governamental, mas poderá ser também um risco já que toda a área económica e fiscal irá ficar centralizada numa única pessoa.
Em relação ao Ministério da Economia Marítima, que vai ficar localizado na ilha de São Vicente, Janira Hopffer Almada defende que o mais importante, neste momento, é que a ilha tenha respostas concretas para os desafios que enfrenta.
Enquanto oposição, promete fazer a fiscalização para que o programa do Governo possa ser cumprido, e por outro lado, apresentar propostas e alternativas lá onde as respostas não estão delineadas ou estejam em consonâncias com as expectativas da população.