A XXIV reunião ordinária do conselho de ministros da organização lusófona acontece ao longo da manhã, presidida por Cabo Verde, sob o lema "a mobilidade como factor de coesão e construção de cidadania na CPLP".
A diplomacia cabo-verdiana apresentou um modelo de integração comunitária que prevê estadias até 30 dias isentas de vistos e vistos de curta duração para profissionais, investigadores e docentes, além de autorizações de residência de forma muito mais simples.
"Cabo Verde tem vontade política, Cabo Verde quer trabalhar com todos, nós queremos um acordo a nove, mas fizemos uma proposta de geometria variável, queremos um acordo de princípio e depois os países, entre si, poderão ajustar a forma de mobilidade que entenderem", disse na quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Luís Filipe Tavares, citado pela Lusa.
Também na quinta-feira, o embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, relembrou que ainda existem entraves à aprovação da proposta.
“Registámos avanços significativos, mas não seria justo não reconhecer que temos tido alguma dificuldade em relação a algumas matérias", disse.
Do lado de Portugal, representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o país garante estar pronto a avançar.
"Estamos preparados para a amplitude máxima de passos. Muito simples, em garantirmos o automatismo da possibilidade do direito de residir e circular por Portugal a todos os nacionais da CPLP, por serem nacionais de um país da CPLP", explicou à agência portuguesa de notícias, Lusa.
"Eu estou seguro de que vai haver passos. Qual é a largura desses passos? Isso estou como um célebre jogador de futebol português, que dizia que prognósticos só no fim do jogo", acrescentou.
A reunião dos ministros dos Negócios começa às 09h00 e prolonga-se até às 13h00, seguida de uma conferência de imprensa.
Cabo Verde elegeu a mobilidade como a questão central da sua presidência da CPLP, num mandato de dois anos, 2018-2020.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste integram a organização.