Em declarações à Inforpress, a partir de Dakar (Senegal), onde participou na terceira sessão da gala “Cabo Verde Sucesso”, o primeiro-ministro disse que o EE prevê também o financiamento excepcional de “projectos estruturantes” para a adequação da Cidade da Praia à sua função de capital com a qualidade.
Questionado sobre o que espera dos deputados, já que a proposta precisa de dois terços para passar no Parlamento, Ulisses Correia e Silva confia que haja um entendimento entre os parlamentares dos três partidos, a saber: o Movimento para a Democracia (MpD-poder), o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), ambos da oposição.
“Espero que os deputados votem favoravelmente a proposta de lei”, desejou Correia e Silva.
Para o chefe do Governo, no que tange a cedências e avanços, estes, segundo ele, “serão feitos desde que contribuam para a melhoria da proposta de lei”.
Assegurou ainda que dotar a capital de um estatuto especial, conforme prevê a Constituição desde 1999, depende do Parlamento e da “vontade política” dos partidos representados para se conseguir a maioria qualificada exigida.
O foco do Estatuto Administrativo Especial, afirmou o primeiro-ministro, centra-se em matérias e medidas que integram o regime de capitalidade e permitam ao município da Praia “assumir plenamente as responsabilidades específicas decorrentes do facto de albergar no seu território a capital política do Estado” e, consequentemente, partilhar com o Governo os custos de capitalidade, nomeadamente no que se refere à segurança de pessoas derivada da condição de capital da República de Cabo Verde.
Lembrou, por outro lado, que a Praia tem a responsabilidade de partilhar com o executivo a coordenação na organização e realização de actos oficiais de carácter estatal ou de cariz internacional.
O EE destaca também a adopção de “medidas excepcionais” a nível do território do município da Praia para garantir a qualidade urbana, sanitária e ambiental compatível com as exigências da capital.
O Estatuto Especial da Praia prevê ainda “relações especiais” de cooperação e articulação entre o Governo e o município no planeamento, prevenção e acção nos domínios da segurança urbana, protecção da saúde pública e protecção do ambiente.
Estabelece igualmente o cumprimento das normas urbanísticas de construção, normas de licenciamento e funcionamento de actividades comerciais formais e informais e de licenciamento e controlo de transportes públicos rodoviários.
O EE preconiza a criação de uma Comissão de Capitalidade, um órgão de cooperação e articulação, ao mais alto nível, entre o Governo e o município da Praia, em todas as matérias incluídas no regime de capitalidade.
A proposta de lei que cria o Estatuto Especial Administrativo para a Capital já se encontra no Parlamento desde o dia 5 de Dezembro.