Rui Semedo, líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde aponta as questões do acesso ao emprego e a rendimentos, a habitação, a água e as condições de saneamento, como os principais desafios.
Segundo o deputado, devem repensar-se os investimentos nalguns sectores fundamentais como a saúde, a agricultura, a pesca e pequenas indústrias para reduzir as dependências das pessoas.
“Se durante algum tempo se preocupou com respostas para debelar as dificuldades hoje é cada vez mais evidente que a ambição deve ser muito mais ousada para tirar as pessoas das situações de dificuldade”, disse.
Ainda no discurso deste domingo, Rui Semedo considerou que a presente crise gerada pela pandemia da covid-19 deve servir ainda para se “analisar bem o percurso, os erros e as falhas” que se cometeram, as correcções que devem ser introduzidas e as respostas mais adequadas para o novo contexto.
“Uma outra lição que devemos tirar é de como eliminar os desperdícios rentabilizar mais os nossos recursos estratégicos como a localização, o mar, o ambiente, a nossa orografia e outros. Temos que poder fazer um debate sério e descomplexado se a melhor forma de rentabilizar os nossos recursos é aliená-los ou encontrar outras vias de fazê-los render”, acrescentou.
Para Rui Semedo a independência para Cabo Verde era sobretudo uma questão de dignidade porque, mais de que uma luta para acesso às riquezas, era uma luta para a dignificação da mulher e do homem cabo-verdianos que, disse, precisavam de reencontrar-se na sua própria terra, enfrentando e vencendo as dificuldades impostas por uma “natureza severa”, mas “vencendo e exorcizando os fantasmas da seca” e de “todas as crises”.
“Nestas quatro décadas e meia cumprimos a independência, garantimos a paz e a estabilidade, melhoramos as condições de vida das populações, aumentamos a riqueza nacional, melhoramos as condições sociais das pessoas, designadamente nos domínios da saúde e da educação, aumentamos o nível de conforto das pessoas, infra-estruturamos o País, qualificamos o nível das liberdades individuais, promovemos a democracia e viabilizamos estas ilhas”, frisou.
No entanto, Rui Semedo entende que o País ainda “não atingiu” o nível que se idealizou e sonhou, “com mais justiça social, menos desigualdades, mais emprego, mais oportunidades para os jovens, mais e melhor educação, mais e melhor saúde”.
“Continuamos a acreditar no país e continuamos a acreditar no sucesso destas ilhas”, concluiu.