Na sua declaração de voto, o representante da UCID, Amadeu Oliveira afirmou que neste momento é necessário dar ao governo os instrumentos necessários para começar a governação e que por este motivo o partido votou a favor da Moção da Confiança.
“Seria traição à pátria não votar favoravelmente a um programa de governo indicativo e a Moção de Confiança. Por isso, a UCID vota em consciência. Agora se nos perguntarem: se a UCID tivesse vencido as eleições o programa seria outro? Claro que sim.! Se nos perguntassem se as prioridades seriam outras? Claro que a UCID tem outras prioridades, mas acima da UCID está o povo de Cabo Verde que tem de ser respeitado”, declarou.
Amadeu Oliveira deixou claro que apesar de o povo ter escolhido o MpD para governar, não concorda com tal decisão.
“A UCID não concorda com o povo, mas aceita. Mas, uma coisa é certa, mais para frente falaremos, porque debaixo dos céus há um tempo para tudo, há um tempo para guerra, para diálogo, para paz e para conversa”, frisou.
Da parte do PAICV, João Baptista Pereira afirmou que votar abstenção não é votar no MpD, mas sim no país. Ao votar abstenção, justificou, o partido estaria a dar o benefício da dúvida ao governo, a dar o benefício da dúvida ao Primeiro-ministro no sentido de estar hoje, amanhã e sempre, disponíveis para todos os diálogos por Cabo Verde.
“Nós tivemos mais mandatos, e é preciso ter em conta que 167 mil cabo-verdianos não foram votar. O que é grave, e que interpela a todos nós que pensamos neste país, no futuro da democracia cabo-verdiana, é constatar que uma percentagem tão elevada de cabo-verdianos já não se interessam pelo país, já não vão votar. Nós temos seriamente de inverter o caminho. É por isso que o PAICV, contrariamente àquilo que muitos eventualmente esperavam para poderem ter justificativas, para poderem fugir à responsabilidade, encontrar sempre um bode expiatório, o PAICV vota abstenção nessa Moção de Confiança”, justificou.
Já o deputado do MpD, Euclides Silva, fundamentou o voto favorável por ter sido a vontade manifestada pelos cabo-verdianos que no passado dia 18 de Abril deram uma maioria ao partido.
O MpD, prosseguiu, votou a favor por saber que com a aprovação dessa Moção e entrada em funcionamento com plenos poderes deste governo, abre um novo caminho, um novo paradigma e uma nova forma de desenvolver o país.
“Votamos a favor porque no debate do programa do governo que antecedeu a votação pudemos constatar que o executivo se compromete em assumir na plenitude os compromissos que o MpD fez com os cabo-verdianos durante a campanha eleitoral. Votamos a favor porque o governo se compromete em tomar um conjunto de medidas para nos livrar o mais breve possível da pandemia da COVID-19, nomeadamente a vacinação de 70% da população elegível até o final do ano, bem como vacinar toda a população das ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista já em Julho para garantir a retoma do turismo em segurança”, afirmou.