Lígia Fonseca falava hoje aos jornalistas, depois de apresentar, no Tribunal da Comarca da Praia, uma queixa-crime contra Péricles Tavares, pelas acusações feitas ao Chefe do Estado.
“A queixa foi apresentada contra Péricles Tavares e contra Alexandre dos Santos que é um dos promotores da página do Facebook CV Diáspora Moviment. Os motivos são injúria e calúnia contra Jorge Carlos de Almeida Fonseca, cidadão e actual Presidente da República de Cabo Verde. Temos aqui um ataque, uma ofensa ao próprio país. Porque quando se ataca a imagem e o bom nome do Presidente da República de um país democrático, um Presidente eleito duas vezes pelo povo destas ilhas e pela nossa diáspora, quando se faz um ataque dizendo que ele presta falsas declarações, está-se a atacar a Nação cabo-verdiana”, começou por dizer.
Para Lígia Fonseca, a acusação feita pelos acusados é “muito grave” e estes têm de responder por ela, uma vez que a “liberdade de expressão, de opinião, o dever de informar é sempre acompanhado com o dever de responsabilidade”.
“E portanto, as pessoas que sabem que estão a dizer mentiras, as pessoas que refundem essas mentiras e continuam a propagar, como é o caso de Alexandre Santos, que vive nos EUA, a quem eu desafio a vir a Cabo Verde. Estar nos EUA a falar mal do PR do nosso país não é admissível”, desafiou.
“Não precisamos de delatores, não precisamos de cobardes, não precisamos de parasitas que ficam sentados à frente de um computador a falar mal do nosso país. Essa gente não representa nem sequer a diáspora. Porque a diáspora cabo-verdiana votou em Jorge Carlos Fonseca. A diáspora cabo-verdiana sente-se muito honrada, muito dignificada quando vê o PR, Jorge Carlos Fonseca, lado a lado com Barack Obama a conversarem, a ser recebido pelo Papa Francisco... ”, argumentou a advogada.
Conforme referiu, a apresentação da queixa-crime não serve para preservar nenhum orgulho, mas sim de mostrar que em Cabo Verde não se pode atacar a dignidade de qualquer cidadão.
No fundo, prosseguiu, trata-se de marcar uma posição de seriedade, de que não se brinca com as instituições da República.
“Pedi ainda a interdição de saída do país do pré-candidato Péricles Tavares porque há a ideia de que em Cabo Verde se faz o que quer e se vai embora. Mas, se esse senhor anda a dizer isso, e apesar de toda a documentação falsa que tem apresentado continua a dizer, então ele que venha fazer prova do que está a dizer no Tribunal”, instigou.
Segundo a advogada, a preocupação de Jorge Carlos Fonseca é a imagem do país e a credibilidade das respectivas instituições, já que Péricles Tavares “ataca” o Supremo Tribunal da Justiça, o Tribunal Constitucional dizendo que todos foram enganados.
“Estar sentado no Facebook, no Instagram ou em qualquer rede social a atribuir práticas de crimes, práticas desonestas às pessoas, ainda mais sendo mentira é muito grave. Não podemos admitir”, reiterou.
De referir que Péricles Tavares entregou no Tribunal Constitucional, no passado dia 22, um pedido de impugnação das candidaturas de Carlos Veiga, José Maria Neves e Joaquim Monteiro, alegando que possuem a nacionalidade portuguesa.
Além desses candidatos, Péricles Tavares, que disse que o próprio Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, se encontra também em situação irregular.