“Temos de nos concentrar a partir de agora no impacto do desenvolvimento com base nos indicadores de vulnerabilidade multidimensional, que nos ajudarão a monitorizar o progresso ao longo do tempo. Este é um elemento em falta que pode ser utilizado para justificar todo o dinheiro dos contribuintes que foi e será canalizado para o nosso grupo”, afirmou.
O também ministro das Finanças fez o pedido durante a sua intervenção, por videoconferência, no Fórum dos Pequenos Estados Insulares, promovido pelo Banco Mundial, em parceria com o Governo de Butão.
Olavo Correia disse que pediu aos parceiros de desenvolvimento a empenharem-se numa “discussão mais robusta” para ajustar ainda mais as disposições para o “acesso flexível” dos pequenos Estados ao apoio oferecido, inclusive através do desenvolvimento de capacidades e das capacidades humanas.
“Reconhecemos todos os esforços que o Grupo do Banco Mundial e a comunidade internacional de desenvolvimento, incluindo a União Europeia, têm feito para ajudar o grupo do PEI [Pequenos Estados Insulares], mas apelamos a que esses esforços sejam mais coerentes, sinergéticos e flexíveis para produzir o impacto efectivamente nas populações e nas pessoas”, prosseguiu.
Segundo o membro do Governo cabo-verdiano o fórum é uma “importante plataforma” para abordar a situação dos Pequenos Estados, tanto para os países insulares, como os outros.
“As perspectivas de crescimento dos Pequenos Estados Insulares (PEI)” e “As prioridades em termos de políticas” foram os dois temas que estiveram em discussão durante os trabalhos.
Para o vice-primeiro-ministro, os pequenos estados insulares encontram-se actualmente numa situação financeira “mais delicada”, depois de dois choques, nomeadamente da pandemia da covid-19 e da guerra na Ucrânia.
Por isso, duvida que haja espaço orçamental para realizar investimentos em infra-estruturas necessárias para suportar a dinâmica económica, financiar a recuperação da economia, reforçar as redes de segurança social para proteger os cidadãos do aumento dos preços dos alimentos e da energia a nível internacional, mas também para fazer face a um peso crescente da dívida e apoiar medidas de adaptação e mitigação das alterações climáticas.
Há muitos anos que Cabo Verde tem vindo a pedir “mais atenção aos problemas dos pequenos Estados insulares, justificado com a sua pequenez, mas também afastamento de principais mercados, exposição às mudanças climáticas e a outros fenómenos ambientais, como a seca.