“Não podemos olhar para esta facilidade fora de um quadro mais global, que é a política do governo para o sector. O financiamento foi sempre um dos calcanhares de Aquiles no sector agrário, nos encontros com agricultores e empresários agrícolas, em todo o país, sempre se queixaram das dificuldades no acesso ao financiamento. Esta linha de crédito que está a ser lançada vai ajudar a resolver em grande medida a questão do financiamento. Acreditamos que assim estamos a resolver uma parte dos constrangimentos que o sector vive”, assegura.
O financiamento é destinado a empresas privadas nacionais e cooperativas de produção agropecuária, nomeadamente na produção, transformação, distribuição e comercialização, bens e serviços.
A taxa de juros é de até 3,5 por cento, com garantias de financiamento da Pró-Garante de até 80 %, comparticipação do Governo de 10 % a fundo perdido, período de carência de capital e juros mínimos de seis meses, de acordo com o executivo.
Gilberto Silva sublinha que o sector agrário não deve ser encarado como social mas sim como uma actividade económica privada.
“Temos que sublinhar que o financiamento não é a única parte da política, mas aqui quero assinalar que a agricultura é economia, é um sector económico privado e que não pode ser visto como um sector social. Entendemos que a agricultura é economia privada, o privado pensa o seu projecto, empreende, produz, comercializa e tem rendimentos. O papel do Estado é regular, facilitar, criar incentivo e outros papéis dentro do quadro da actuação do Estado”, explica.
O governante aponta para a necessidade de uma “mudança de mentalidades” e do actual cenário para que o sector agro-pecuário” possa assumir o seu papel no desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”.
A linha de crédito, criada no Plano de Retoma Económica, prevê um montante máximo de 10 mil contos crédito por projecto, com prazo máximo de reembolso de 10 anos. Para que um agricultor ou empresário tenha acesso ao incentivo tem que estar em cooperativa ou empresa própria.