SFI prevê 50 milhões de dólares para projectos em Cabo Verde nos próximos meses

PorExpresso das Ilhas, Lusa,30 set 2022 8:01

​A Sociedade Financeira Internacional (SFI) prevê desembolsar nos próximos meses 50 milhões de dólares para projectos no turismo, infraestruturas e transporte, anunciou esta quinta-feira a instituição do grupo Banco Mundial que financia o sector privado.

“Queremos ir mais adiante quando vemos que para os próximos anos temos várias áreas que gostaríamos de poder apoiar. Estivemos a falar do sector da energia, do turismo, também no sector dos transportes e mais que se possa fazer”, afirmou o vice-presidente da SFI para África, Sérgio Pimenta, após reunir-se no palácio do Governo, na Praia, com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Em declarações no final desse encontro, Sérgio Pimenta afirmou antever que essa verba, em financiamentos a projectos privados a longo prazo, será “desembolsada” em Cabo Verde “nos próximos meses”.

A possibilidade de mais apoio e financiamento da SFI a pequenas e médias empresas (PME), a projectos privados na área da energia, saúde ou do turismo sustentável foi igualmente abordada no encontro com o chefe do Governo de Cabo Verde, explicou Sérgio Pimenta.

“Nós estamos extremamente empenhados em apoiar o plano de desenvolvimento de Cabo Verde para o desenvolvimento sustentável e vamos aumentar as nossas operações aqui (…) Não só para apoiar através de instrumentos financeiros, de financiamento a longo prazo, mas queremos também trazer as nossas actividades de conselho para poder ajudar as empresas cabo-verdianas no seu desenvolvimento”, acrescentou o vice-presidente da instituição.

O objectivo passa igualmente por trabalhar com as instituições financeiras nacionais “para poder apoiar a criação de PME” no país, bem como no desenvolvimento das já existentes.

“Uma área importante para nós vai ser também o desenvolvimento da economia digital e ver o que podemos fazer para apoiar esse sector”, disse ainda Sérgio Pimenta.

Para o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, a SFI “tem sido um parceiro importante de Cabo Verde” e o arquipélago pretende “reforçar essa parceria como um suporte ao país”, ao nível do “financiamento de projectos de investimentos privados, mas também ao nível da assistência técnica especializada”.

“Nós estivemos expostos, e ainda estamos expostos, à tripla crise, climática e os efeitos da seca e das secas severas, a pandemia, a guerra na Ucrânia que tem impactado fortemente Cabo Verde, mas ao mesmo tempo temos estado focados em saídas e perspectivas de colocar o país no caminho do desenvolvimento sustentável, desde logo uma estratégia de resiliência e diversificação da economia, através da operacionalização de políticas públicas que são sempre importantes: o capital humano, o ambiente de negócios, investimento público, parcerias público-privadas e investimento privado”, reconheceu o primeiro-ministro.

Para tal, destacou, o país precisa “de investimento e financiamentos”, para poder “crescer com sustentabilidade”.

“Eu posso aqui garantir que dentro destes critérios de resiliência e sustentabilidade está a boa gestão da dívida pública e a sustentabilidade da dívida. Nós estamos a trabalhar com o Fundo Monetário Internacional nessa perspectiva e é de interesse, primeiro de Cabo Verde, e para esta economia, ter a dívida em parâmetros sustentáveis, mesmo sabendo que estas crises provocaram um impacto muito forte, particularmente a pandemia e a própria situação das crises que vieram logo a seguir, que impactaram em todo o mundo a dívida pública. Mas isso não deixa de ser, de facto, um elemento a considerar na nossa estratégia de desenvolvimento: a sua redução sustentável e a prazo”, afirmou Ulisses Correia e Silva.

No apoio da SFI a projectos privados, o chefe do Governo destacou o turismo sustentável e diversificado, desconcentrado por todas as ilhas e “que integre o eco com a qualidade”, mas também ao nível das conectividades, com “portos e aeroportos eficientes”, reforçando “ainda mais os investimentos neste sector”.

A energia é outra das prioridades, nomeadamente o “ambicioso programa de transição energética para atingir a meta de mais 50% [de penetração de energias renováveis] em 2030”, o que abre “novas perspectivas de investimento privado” no país.

A saúde, o desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional, são também prioridades, bem como a transformação digital, “que é a área horizontal a todos os sectores”.

“A nossa parceria vai ganhar um novo fôlego, está ganhando fôlego, e contamos com a vossa instituição para de facto juntos podermos trabalhar este país e crescer como exemplo. Como exemplo primeiro para nós mesmos, porque a nossa primeira prioridade é Cabo Verde, e que possa depois fazer com que esta experiência possa resultar numa maior relação económica com o resto do mundo e particularmente com o continente africano”, concluiu Ulisses Correia e Silva.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,30 set 2022 8:01

Editado porAndre Amaral  em  20 jun 2023 23:28

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