Para Armindo Gomes, que falava hoje em conferência de imprensa, a solução do impasse, que contrapõe o presidente da câmara municipal, Augusto Neves, e os vereadores da oposição do PAICV e os da UCID, não será judicial.
Desta forma, segundo a mesma fonte, o MpD tem tentado soluções extrajudiciais, mas “não tem tido apoio”, porque efectivamente, advogou, a câmara municipal tem duas forças políticas que se juntaram desde o início do mandato e “fizeram uma geringonça” para constituir a Mesa da Assembleia Municipal e “agora pensam que podem governar a câmara municipal por terem a maioria dos vereadores, eles têm cinco e MpD quatro”.
“É preciso diálogo, mas, quando as duas partes assumem posições de intransigência, São Vicente é que sai a perder”, sustentou Armindo Gomes.
O Ministério da Coesão Territorial solicitou que o Ministério Público promova a declaração da nulidade das deliberações tomadas no dia 02 de Janeiro deste ano, e nas reuniões seguintes, na Câmara Municipal de São Vicente, mas, uma decisão, que, conforme o coordenador não coloca fim à celeuma devido à “morosidade da justiça e à possibilidade de recursos a várias instâncias.
“Faltam dois anos para o fim do mandato, as partes demonstraram que não pretendem renunciar aos seus cargos, não vai haver, em princípio, eleições intercalares e nós vamos continuar com o impasse que deverá ser resolvido através do diálogo e da concertação com os três partidos”, considerou, apelando à intervenção das chefias dos três partidos.
Tudo porque, segundo Armindo Gomes, a questão hoje ultrapassa as concelhias regionais, tendo em conta que, de acordo com o posicionamento de Augusto Neves, “há uma linha vermelha que não vai deixar ultrapassar” e a oposição deu sinais de que “não vai transigir”.
Então, acredita, os órgãos desses partidos é que devem sentar-se à mesa, porque “quem está a ser prejudicado é São Vicente e o povo desta ilha”.