MpD reconhece que prevalência da pobreza extrema é um desafio

PorSheilla Ribeiro,10 fev 2023 10:55

O MpD reconheceu hoje que a prevalência da pobreza extrema é um desafio que urge ser enfrentado, dada as suas implicações adversas sobre o bem-estar das populações.

A afirmação foi feita pelo deputado Celso Ribeiro, durante a declaração política do partido.

“Oficialmente, Cabo Verde tem cerca de 115 mil pessoas a viver na pobreza extrema. É uma situação grave e estrutural. O programa Mobilização pela Aceleração da Inclusão Social do Governo propõe eliminar a pobreza extrema até 2026, quando a meta das Nações Unidas é para o ano de 2030 e da UA é para o ano 2063. Isto demonstra também as preocupações humanas e sociais do governo de UCS e do MpD. A humanização do programa do MpD, reflectido no programa do governo, nos conduz, naturalmente, a essas políticas”, declarou.

Para eliminar pobreza extrema, apontou, o governo do MpD elaborou a estratégia nacional para a erradicação da pobreza extrema para o horizonte 2022-2026, que define um quadro de intervenção articulado em diversas frentes, privilegiando os eixos “rendimento; cuidados e protecção dos mais vulneráveis; educação, formação, empreendedorismo e inclusão produtiva; saúde; habitação e segurança social”.

Entretanto, Celso Ribeiro considera que o governo alcançou alguns progressos na redução da pobreza de 2016-2021, nomeadamente, a criação do Cadastro Social Único; criação do Rendimento Social de Inclusão; criação do Programa de Inclusão Produtiva; criação do Plano Nacional de Cuidados, entre outros.

Conforme defendeu, com a ENEPE 2022-2026, o governo pretende imprimir um novo impulso aos mecanismos de protecção social.

“O sucesso da estratégia é sucesso de cabo verde e por isso é de extrema importância o envolvimento, engajamento e participação de todos os órgãos de soberania, das entidades públicas, dos parceiros para o desenvolvimento e agências multilaterais, bem como das Organizações da Sociedade Civil e das empresas nacionais e estrangeiras”, afirmou.

Por sua vez, o deputado do PAICV, António Fernandes, acredita que o aumento de 54 mil pessoas em pobreza extrema, em 2015, para 115 mil pessoas em 2021, demonstra que a política social da governação do MpD, não conseguiu, ao longo dos anos de governação, atingir aquilo que era necessário para que as famílias tivessem rendimento para resolver os seus problemas.

Quanto a ENEPE 2022-2026, reiterou que o mesmo não tomou como base o número de 115 mil pessoas em pobreza extrema, pelo que considera que muito dificilmente a governação vai atingir o seu objectivo da erradicação da pobreza extrema em 2026, sabendo que já conta com praticamente dois anos de atraso.

“Essa governação deve trabalhar mais e melhor, se vimos em 2015 um crescimento muito menos conseguiu reduzir as desigualdades nas famílias e reduzir a pobreza extrema que toda a comunidade internacional vê que foi um trabalho extraordinário, vemos que a governação do MpD, aquilo que é o aumento do crescimento, não se traduz naquilo que é a distribuição para as famílias que hoje tanto precisam”, pontuou.

A UCID, por seu turno, entende que lembrou que o Banco Mundial redefiniu que vivem na pobreza extrema, as famílias que vivem com menos de2,15 USD a partir de Setembro de 2022.

“Quer dizer uma família que tem cinco elementos que precisará de um valor extraordinário para realmente sair deste limite. Mas, para isso acontecer nós temos de criar riqueza, nós temos de produzir, por não poderemos distribuir aquilo que não temos. E no primeiro eixo do programa fala-se em distribuição de rendimento. Ora nós temos de ter a preocupação de fazer com que o país ganhe músculo financeiro, ganhe músculo económico para termos recursos para gerarmos emprego”, disse o deputado António Monteiro.

Neste âmbito, a UCID pensa que o governo tem que ser muito mais ambicioso, sob pena de o país ter milhares de pessoas na pobreza extrema e chegar a 2026 sem cumprir este desiderato.

“Daí que a UCID lança um apelo ao governo, para que paralelamente a estas ideias que são lançadas e que poderão ser boas, mas que se aposte mais aprofundadamente no crescimento económico, na criação de riqueza para que o país tinha capacidade de poder combater a pobreza extrema. Caso contrário nós não iremos dar ficaremos para os anúncios e dos anúncios está a população farta”, concluiu.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,10 fev 2023 10:55

Editado porAndre Amaral  em  1 nov 2023 23:28

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