“Cabo Verde faz a sua escolha e neste contexto de guerra não vai participar”, justificou Ulisses Correia e Silva, em declarações aos jornalistas, antes de presidir a cerimónia de encerramento do terceiro ciclo de debate social alargado inserido no Acordo de Concertação Estratégica 2023-2026.
“Fomos coerentes desde primeiro momento, condenamos a invasão da Rússia à Ucrânia nos fóruns próprios a nível das resoluções das Nações Unidas e continuamos com a mesma opção, de até esta guerra terminar não termos nenhuma acção que possa ser considerada como apoio à invasão”, precisou Ulisses Correia e Silva
De acordo com a agência Lusa junto dos países lusófonos, a Guiné-Bissau e Moçambique estarão representados ao mais alto nível, com os Presidentes Umaro Sissoco Embaló e Filipe Nyusi, respectivamente, enquanto Angola enviou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Téte António, e São Tomé e Príncipe estará representado pelo embaixador em Lisboa, que está também acreditado em Moscovo.
Espera-se desta segunda cimeira que a Rússia e os países africanos assinem um “plano de acção até 2026” e uma série de documentos bilaterais, como anunciou o Kremlin, tentando que a relação vá além dos acordos na área da defesa e venda de armas, que resumem, na maioria dos casos e até hoje, a relação de Moscovo com África.
Contudo, para Moscovo o mais importante, segundo analistas internacionais ouvidos pela Lusa, é mostrar um entendimento com os Estados africanos, apesar do conflito na Ucrânia, que alguns condenaram nas Nações Unidas, e o fim do acordo dos cereais.