Considerando que só valoriza o 13 de Janeiro quem viveu, também intensamente, aquilo que foi o passado, Ulisses Correia e Silva entende ser crucial trazer estes valores da democracia e da liberdade, mas também trazer desafios para esta geração e para próximas gerações de “cuidar, proteger e aprimorar a nossa democracia”, que é “sempre uma construção”.
Disse que os fenómenos de populismo, extremismo, nacionalismo exacerbado, que estão “a acontecer pelo mundo fora”, não podem vingar e frutificar em Cabo Verde, sustentando que, ainda que o país não esteja imune a qualquer situação que possa fragilizar a democracia, há que “fazer os bons combates para que a democracia seja cada vez mais estruturante” em Cabo Verde”.
“É um factor de estabilidade política, económica e de desenvolvimento. Graças a Deus Cabo Verde não só tem sido um exemplo pela sua democracia, como os cabo-verdianos compreendem muito bem aquilo que é o valor da democracia e protegem, cuidam e devem aprimorar cada vez mais”, afirmou à imprensa.
Passados 33 anos de Cabo Verde enquanto país livre e democrático, o chefe do Governo considera que o maior desafio passa sempre por “proteger, cuidar e aprimorar a democracia”, que “não é uma construção acabada”, pelo que terá de ser “cada vez mais valorizada”.
Apontou ainda como outros “grandes desafios” ter instituições “mais fortalecidas, erradicar a pobreza extrema e a redução significativa da pobreza absoluta”, enquanto “constrangimento à liberdade e à democracia”.
A democracia, esclareceu, não é um privilégio dos partidos políticos, nem do poder, mas sim do povo, pelo que, referiu, quanto mais cidadania o país tiver e mais participação particularmente nos jovens para ver a política como algo nobre, recensear no momento que forem chamados, tanto no país como na diáspora, a democracia cabo-verdiana “fica mais cuidada”.
O 13 de Janeiro é a data em que, pela primeira vez, em 1991, os cabo-verdianos exerceram o seu direito de voto nas primeiras eleições multipartidárias, após 15 anos em regime de partido único.
As primeiras eleições multipartidárias no arquipélago foram ganhas pelo MpD, partido que regressou ao poder em 2016, após 15 anos na oposição e ao qual a data está mais associada.