Na terça-feira, 27, um incêndio atingiu as habitações de sete famílias e pasto de gado na comunidade dos 'rabelados'.
De visita à comunidade, a deputada Carla Carvalho explicou aos jornalistas que a deslocação dos seus pares teve como objectivo se inteirar do ocorrido e da situação em que se encontram as oito famílias que ficaram desalojadas e perderam todos os seus pertences no incêndio e recolher subsídios para levar esta situação à próxima sessão do Parlamento.
Segundo a porta voz dos parlamentares do PAICV eleitos para a região, o grupo pôde constatar que as pessoas e instituições estão a acudir nos primeiros momentos, encontrando-se as vítimas realojadas, embora não seja num espaço que lhes garanta privacidade.
“Foram oito casas destruídas e afectam mais de 30 pessoas que perderam tudo (…) o centro onde estão, com seis quartos, não dá para as manter por muito tempo”, sublinhou, reforçando que neste momento o apelo do PAICV é que o Governo e a Câmara Municipal de São Miguel trabalhem no sentido de acudir às necessidades dessa comunidade.
Conforme realçou, é preciso garantir não só a alimentação e vestuário, mas também um espaço que garanta alguma privacidade e dignidade a essas famílias.
Após este apelo, os deputados comprometeram-se a levar esta situação ao Parlamento, justificando que há já algum tempo que prometeram trabalhar e remodelar a localidade.
“É um lugar que tem sido utilizado como cartão postal para o turismo no município e em Santiago Norte, por isso deve ser dado o devido tratamento e valor à comunidade”, evidenciou, defendendo que o processo de realojamento não deve colocar em causa aquilo que caracteriza esta comunidade.
Neste sentido, apela ao Governo, inclusivamente ao Ministério da Cultura, para estar ciente sobre esta questão, para garantir que depois a comunidade de rabelados continue com a sua identidade, relembrando que em 2016, “em plena campanha autárquica, o ministro Abraão Vicente prometeu melhoria das condições de vida e da situação desta comunidade, mas até então não aconteceu”.
E este momento, segundo a deputada, é ideal para se cumprir com as promessas, mesmo que seja oito anos depois, pois a comunidade “precisa ser valorizada”, sublinhando que com isso “a ilha de Santiago, o município e a região também ficam valorizados”, permitindo trazer mais recursos e riquezas para o concelho.