O anúncio foi feito a par de mudanças anunciadas no agendamento de vistos, cujos constrangimentos afectam sobremaneira os cabo-verdianos que tentam emigrar ou viajar para Portugal, num tema que esteve sempre na agenda, tanto no sábado como hoje.
“Vamos tentar dar alguma resposta, que tem sido solicitada, aos portugueses que estão espalhados pelas ilhas deste arquipélago e que também têm apresentado algumas necessidades”, referiu Luís Montenegro, durante um encontro com a comunidade, no final da visita ao arquipélago.
No que respeita às comunidades portuguesas, vão passar a ser feitas “permanências consulares nalgumas ilhas” graças à utilização de ‘kits’ de equipamento móvel para actos administrativos, através de Internet, a partir de um roteiro a ser estabelecido pela embaixada portuguesa em Cabo Verde, explicou José Cesário, secretário de Estado das Comunidades.
“Eu vou dialogar muito” com os portugueses na diáspora, disse, acompanhado pelo Conselheiro das Comunidades, classificado como “um parceiro essencial”.
Escutar as necessidades de Cabo Verde faz parte de um rol de visitas a realizar por José Cesário, acrescentou, com o propósito de “servir os portugueses e servir aqueles que mais se relacionam com os portugueses, que são os povos da lusofonia”.
Num balanço da visita a Cabo Verde, Luís Montenegro disse estar satisfeito com o entendimento entre os dois governos, reconhecendo que “o percurso dos últimos anos foi bom. Não tenho nenhum problema em dizer isto de forma absolutamente tranquila. Mas há um governo novo em Portugal” que quer “ir mais longe, queremos aprofundar mais este relacionamento”.
“Portugal investe hoje na qualificação dos recursos humanos de Cabo Verde, o que é bom quando utilizados aqui no território, mas também é bom quando se dirigem a Portugal”, referiu, a propósito da área de formação, uma das que concentra a Cooperação Portuguesa.
Montenegro classificou a relação como “um factor de competitividade” que interessa aos dois países.
“Além de todo o percurso da nossa história e da partilha cultural, hoje podemos ter uma interacção política e económica que depois se reflecte na vida das pessoas”, concluiu.