Junto dos parceiros, instituições do Estado e Organizações da Sociedade Civil, a comissão procurou com o encontro realizado na Praia, disse Maria do Rosário, saber as dificuldades que impedem a plena participação das mulheres na vida política do País, sobretudo quando as últimas votações revelaram maior percentagem das mulheres.
A primeira recomendação, adiantou, é começar a pensar na revisão da lei da paridade, que completa cinco anos no dia 28 de Novembro, com 50 por cento (%) de representatividade de ambos os sexos, ou seja, com alternância entre homens e mulheres nas listas apresentadas pelos partidos públicos.
A segunda observação assenta em trabalhar a questão política, formação e criação de políticas femininas para que haja mulheres preparadas e prontas para se impor na arena política e ocuparem lugares de liderança e destaque eleitoral.
Colocar a questão do respeito pela lei da paridade na agenda política nas eleições de 01 de Dezembro, e trabalhar e socializar com as instituições foram outras sugestões saídas do encontro de avaliação política de integração de género.
A jurista e advogada Lígia Fonseca salientou que para uma mulher que além da responsabilidade familiar tem de lidar também com a responsabilidade profissional, “deixa pouco tempo” para exercer o direito da participação política declarada na Constituição da República.
Para Lígia Fonseca, são as próprias organizações da sociedade que criam constrangimento para participação feminina, asseverando que não se trata de “falta de vontade”.
Nos diversos encontros realizados na sociedade civil, Lígia disse que verifica-se o “grande interesse” das mulheres, todavia é preciso combater as barreiras que impedem esta participação de forma "efectiva”.
“A lei da paridade veio ajudar porque é obrigatório ter a presença das mulheres e também se criam condições para que possam participar. Neste encontro estamos a ver que ainda não é suficiente, que existem muitos obstáculos dentro das estruturas partidárias, a própria mentalidade das pessoas”, indicou.
Segundo Lígia, a participação das mulheres ajuda na tomada das melhores decisões políticas para toda a população.
“Se crescemos ou somos educados e influenciados por um ambiente social que desvaloriza a mulher, que não aprecia a participação da mulher ou que acha que pode governar sem participação de 50% da sua população então não são as mulheres as inimigas”, observou, sublinhando a necessidade de encontrar soluções.