Ulisses Correia e Silva, que falava à imprensa no final da sessão solene do Dia da Liberdade e da Democracia, alertou para os desafios que as democracias enfrentam atualmente, como o populismo, os extremismos e a disseminação de ideologias que promovem a desconstrução de factos.
“Há ataques deliberados à democracia, fenómenos de populismo e extremismos que representam uma ameaça às instituições. A pedagogia política precisa de ser fortalecida para blindar a democracia e torná-la menos vulnerável a influências desestabilizadoras”, afirmou.
O primeiro-ministro defendeu a importância da convergência política para garantir consensos em questões fundamentais, como a eleição de órgãos de soberania que exigem maiorias qualificadas no parlamento.
O chefe do governo recorda que organismos como a Comissão Nacional de Eleições, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a Comissão de Proteção de Dados estão com mandatos expirados e "dependem de consenso político para a sua renovação".
Ulisses Correia e Silva também destacou a relevância de reformas estruturais em sectores como a justiça, a educação e a saúde, apelando para uma visão de longo prazo que transcenda ciclos governativos e "assegure a perenidade dos avanços institucionais".
Quanto às relações entre o Governo e a Presidência da República, o líder do executivo negou a existência de qualquer crise.
"Não existe conflito, não existe crise. Temos encontros regulares e estamos comprometidos em reforçar a cooperação estratégica para o fortalecimento das instituições", assegurou.
Outro tema abordado pelo primeiro-ministro foi a necessidade de combater o impacto negativo das redes sociais e da Inteligência Artificial (IA) quando usadas de forma mal-intencionada.
"É essencial evitar a manipulação e a disseminação de desinformação, protegendo as instituições e transmitindo confiança aos cidadãos", destacou.