Declarações feitas hoje, em conferência de imprensa, por Vander Gomes, secretário-adjunto do partido, numa reacção às críticas sobre o programa comemorativo dos 50 anos de independência, que arrancou sexta-feira, em São Vicente.
“[A independência] é de todo o povo e não apenas de alguns que se intitularam e se intitulam ‘melhores filhos desta terra’, que pretendem que o povo, o Governo e o Estado lhes devam alguma vassalagem e atacam todos quantos entendem pensar, agir e discursar diferente. Não entenderam que, depois do 5 de Julho de 1975, também aconteceu o 13 de Janeiro de 1991, que o regime que impuseram então, já não mais impera, que já não precisamos de ‘força, luz e guia’ de qualquer partido para termos orgulho da nossa Nação”, afirma.
O MpD felicita o Estado pela organização das festividades dos 50 anos de independência e sublinha a devolução dos eventos à participação popular.
“Reconhecemos o contributo de todos os que lutaram pela nossa independência, pelo facto dos sacrifícios consentidos e pelos resultados alcançados. Mas a história segue o seu curso e Cabo Verde não parou no tempo. Hoje, os protagonistas são escolhidos pelo povo e só a este prestam tributo. Em democracia, não há legitimidade histórica. Felicitamos o Estado de Cabo Verde pela forma como organizou, estruturou e está a implementar as festividades dos 50 anos, devolvendo as comemorações ao povo, que é, afinal, o verdadeiro protagonista, dono da Nação independente e democrática”, sublinha.
As comemorações oficiais do cinquentenário da independência nacional arrancaram oficialmente a 25 de Abril. O programa decorrerá ao longo de mais de oito meses, com actividades em todo o país e na diáspora, sob o lema “Cabo Verde, Nosso Orgulho, Nosso Futuro”, sob a tutela da Comissão Nacional Organizadora das Comemorações, que entre outras personalidades, integra todas as forças políticas com assento parlamentar.
Esta manhã, também em conferência de imprensa, o PAICV em São Vicente criticou a escolha do 25 de Abril como data para a abertura oficial das celebrações dos 50 anos da independência de Cabo Verde e considerou “escandaloso” a não referência à luta de libertação nacional e a Amílcar Cabral nos discursos do Primeiro-Ministro e do presidente da Câmara Municipal de São Vicente.