Em declarações hoje à imprensa, durante uma visita à estação da Electra, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, afirmou que estas intervenções devem ser equacionadas no âmbito do plano de reconstrução da ilha.
“Temos estado a conversar e, obviamente, a empresa já tem a noção das intervenções que tem de fazer para garantir mais resiliência deste ponto de captação, desde logo pela vulnerabilidade em que os equipamentos aqui se encontram, face a um evento igual àquele que aconteceu. Há também uma discussão à volta de um ponto de captação alternativo, noutro lado da ilha. É um investimento grande que tem de ser equacionado, mas penso sinceramente que se justifica, tendo em conta a dimensão da ilha e as vulnerabilidades. Isto tudo estará a ser equacionado no plano de reconstrução: reconstruir para que as coisas fiquem ainda melhores e estejamos todos mais fortes”, diz.
Quanto à situação actual, o governante destaca o trabalho realizado para o restabelecimento do fornecimento de água na ilha, com o apoio de técnicos da Electra e da Cabnave, militares da Marinha Portuguesa e elementos de empresas privadas que colaboraram na desobstrução do espaço e na reposição do abastecimento…
Antão Cruz, administrador-executivo da Electra, afirma que a situação recente reforça a necessidade de reforçar a segurança da estrutura actual, assim como ter outros pontos de captação e de dessalinização.
“Há vários elementos que nos indicam, e de que temos noção, que existe a necessidade de ter resiliência e de criar outros pontos de captação, e, eventualmente, também outros pontos de dessalinização. O sistema de distribuição na ilha de São Vicente já se encontrava num nível em que, efectivamente, as pessoas começaram a construir acima do nível dos reservatórios. Portanto, isso implica que, mesmo com a actual rede, algumas pessoas já não tinham acesso à água devido às construções em níveis muito elevados. Significa que é um trabalho que tem de ser feito. A Electra já tinha identificado alguns desses elementos, mas, evidentemente, esta situação veio colocar a nu essa preocupação maior. Essa preocupação já existia, agora é o momento de arregaçar as mangas e aproveitar eventuais financiamentos que possam surgir, porque estamos a falar de valores avultadíssimos, de forma a tornar todo o sistema de produção e distribuição da ilha mais resiliente e sustentável”, afirma.
As cheias, ocorridas há mais de uma semana, em São Vicente, deixaram bairros inundados, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afectaram o abastecimento de água e energia e provocaram nove mortos.
A Electra já resolveu o problema de abastecimento e iniciou a distribuição de água pelas diversas zonas da ilha.