“Precisamos valorizar mais a Morna” - Tito Paris

PorExpresso das Ilhas,15 set 2019 9:15

Tito Paris, no Festival de Santa Maria
Tito Paris, no Festival de Santa Maria(Expresso das Ilhas)

A edição 29 do Festival de Música de Santa Maria trouxe uma homenagem à Morna, candidata a Património da Humanidade. A inaugurar o palco do segundo dia do festival, Tito Paris, Cremilda Medina, Leonel Almeida e Solange Cesarovna apresentaram temas emblemáticos e representativos da beleza do género musical que mais longe levou o nome de Cabo Verde.

Juntos cantaram ‘Nos Morna’, unindo as suas vozes a todas as iniciativas que tem sido realizadas a nível nacional e internacional para apoiar a candidatura da Morna, cuja decisão definitiva por parte da UNESCO será conhecida em Dezembro.

Nas palavras de Tito Paris, a morna é a definição de ser cabo-verdiano. “Morna é rainha, é o sorriso de uma crioula, é cretcheu, é amor, é violão e é cavaquinho. Morna é mar, é uma estrela luminosa. Morna é Cabo Verde”.

Para Tito Paris, “já só falta um por cento para obtermos o reconhecimento mundial”. O músico convida os jovens artistas cabo-verdianos a valorizar mais a riqueza da morna e às autoridades a apostar na formação desde tenra idade.

“Cada pais tem o seu clássico e a morna é o nosso clássico. Precisamos valorizar mais o que é nosso. O exemplo da Câmara Municipal do Sal deve ser seguido por todas as câmaras municipais e a cultura de Cabo Verde deveria ser ensinada nas escolas e com o mesmo peso de outras disciplinas, como a matemática, por exemplo”.

Tito acredita que mais jovens artistas em breve poderão seguir as pisadas de Solange Cesarovna e Cremilda Medina, que têm levado a morna a grandes palcos mundiais, mantendo vivo o legado de grandes nomes como Cesária Évora, Bana, Manel d’Novas e muitos outros.

“O que a Morna está a viver hoje, o Fado viveu há uns vinte anos atrás. Hoje quem canta fado são os jovens e eles conseguiram levar Portugal ao mundo. Temos a oportunidade de levar o nosso crioulo a grandes palcos pelo mundo e por isso os jovens não podem ter vergonha de cantar a nossa morna”.

O Expresso das Ilhas conversou também com artistas da nova geração e que fazem parte do cartaz do festival de Santa Maria 2019. “A Morna é a alma do nosso povo e faz parte da faceta do cabo-verdiano tradicionalmente”, afirma PNC, dos Rapaz 100 Juiz. William Araújo confessa que em casa canta e ouve muita morna. É fã de Tito Paris, Ildo Lobo e muitos outros.

Hélio Batalha juntou as suas rimas à morna ‘Sodade’ e também acredita que o caminho das novas sonoridades também passa pelo respeito e mistura com a música tradicional de Cabo Verde.

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Autoria:Expresso das Ilhas,15 set 2019 9:15

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  4 jun 2020 23:21

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