Akinwumi Adesina fez essa observação na sessão inaugural do Diálogo de Alto Nível sobre como Alimentar África, que decorre hoje e sexta-feira em formato virtual a partir de Abidjan.
"A pandemia de COVID-19 trouxe o caos para África, com um impacto enorme no continente, fazendo com que cerca de 250 milhões de pessoas vão para a cama com fome, e o risco de morrer de fome é muito maior que o risco de morrer de COVID-19", sublinha.
"Temos de nos esforçar mais para aumentar a produção agrícola", disse o banqueiro, lembrando que apesar de 60% da terra arável do mundo estar em África, os países gastam cerca de 80 mil milhões de dólares (65,9 mil milhões de euros) todos os anos a importar comida de fora do continente.
"A tecnologia existe, o que precisamos é de aumentar a produção através de uma abordagem integrada que favoreça o agronegócio e fomente a industrialização", acrescentou Adesina.
Na reunião coorganizada com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura, o presidente do BAD disse ainda que "é também necessário melhores políticas públicas, mais acesso a financiamento e o desenvolvimento de zonas agroindustriais de processamento para conferir mais valor aos produtores alimentares".
O BAD vai investir 10,4 mil milhões de dólares, cerca de 8,5 mil milhões de euros, nos próximos cinco anos, para fomentar as cadeias de valor na produção agrícola e 1,6 mil milhões de dólares, o equivalente a 1,3 mil milhões de euros, ao longo do mesmo período, para apoiar as colheitas estratégicas para garantir a segurança alimentar no continente, salientou ainda o presidente do banco.