Segundo o membro da Comissão Política Nacional do PAICV, Carlos Tavares, o aumento de electricidade em até 37% constitui uma situação preocupante que terá forte impacto na vida das famílias e das empresas que vem sendo confrontados com significativas perdas de rendimento.
“Como é possível em plena situação de pandemia em que o país se encontra, com poder de compra reduzido agravado pelos impactos da pandemia, surgir esse despropositado aumento? A situação de subidas galopantes do preço de energia só se explica com o total falhanço da política energética por parte deste governo e um completo esquecimento dos compromissos eleitorais”, apontou em conferência de imprensa.
Entre os compromissos eleitorais, Carlos Tavares apontou a redução da factura energética na ordem dos 25% ao longo da legislatura, terminada em 2021 e a transformação do sector dos serviços ligados às energias renováveis num setor gerador de empregos e exportador, nomeadamente para a CEDEAO.
Conforme referiu, o aumento do preço da electricidade traz outros aumentos, nomeadamente referente a taxas e impostos associados que aumentarão também na mesma proporção, tornando a factura muito mais cara para os consumidores.
O aumento que vai acontecer a 1 de Outubro, de acordo com o PAICV, atinge o consumo doméstico e a iluminação pública onde faz falta investimentos para melhorar a qualidade da iluminação das ruas e melhorar a qualidade da segurança das pessoas e bens.
“Essa deriva no mercado energético, seria também evitável se no Contrato de Concessão houvesse garantias de serviço público e obrigação das petrolíferas introduzirem medidas de redução de custos e de infraestruturação moderna e mais eficientes. Aliás, em 2016 o actual governo encontrou o contrato negociado e em fase de conclusão. Deve o governo explicar ao país porque é que não o concluíram e se concluíram porque razão não se teve em conta a obrigação de prestação de SP”, disse.
O PAICV acusa o governo de ter imposto à Electra elevados custos com o perdão das dividas, para ganhar as últimas eleições. Nesse sentido, conforme Carlos Tavares, os encargos que deveriam ser assumidos pelo governo estão a ser repassados aos consumidores, famílias e empresas.
“Passadas que foram as eleições legislativas, eis que a verdadeira realidade aparece e a identidade governativa do MPD é colocado a mostra. Aliás, a verdadeira causa do aumento do preço de energia parece ser compensar a Electra pelas perdas provocadas pelas medidas de campanha eleitoral levadas a cabo pelo governo que acumulou dividas elevadas junto da empresa produtora e distribuidora de energia eléctrica”, delatou.
Para o PAICV se o governo considerar os aumentos inevitáveis o mesmo deve agir também com medidas urgentes para amortecer os efeitos deste aumento na vida das pessoas e das famílias.