Preâmbulo Os bairros informais da ilha de São Vicente, caracterizados pela presença de casas de tambor, configuram uma das expressões mais críticas da vulnerabilidade sócio-espacial em Cabo Verde. A ocorrência da Tempestade Erin expôs de forma extrema a fragilidade estrutural, ambiental e social destes territórios. Em contraponto, experiências como o programa Outros Bairros e a frutífera intervenção no Alto de Bomba demonstram que estratégias planificadas de urbanismo social e desenho sustentável podem transformar bairros informais sem deslocamento forçado.

Na Ilha de S. Vicente, Cabo Verde, confrontamo-nos com uma realidade profundamente desconcertante, pela sua inaceitabilidade ambiental, num momento de concertação de todas as vozes à escala mundial sobre as alterações climáticas: todo o lixo de S. Vicente continua a ser “tratado” — se assim se pode chamar — por incineração a céu aberto, um método rudimentar, obsoleto e altamente contributivo para os problemas ambientais que se avizinham a passos largos com todas as implicações graves para a saúde pública.