DOCTV CPLP. Filme de Cabo Verde tem ante-estreia esta 5ª em Lisboa

PorChissana Magalhães,8 mai 2019 8:30

Making of Bidon: Nação Ilhéu
Making of Bidon: Nação Ilhéu(Éden Produções/CPLP)

Tem ante-estreia esta quinta-feira, em Lisboa, o documentário Bidon: Nação Ilhéu, vencedor de Cabo Verde do programa DocTV CPLP. O filme de Celeste Fortes e Edson Delgado será exibido no Palácio Conde de Penafiel, em um evento especial de comemoração do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Comunidade dos Países de Lingua Oficial Portuguesa.

Há um ano era notícia a seleccção do projecto de documentário “Bidon: Nação Ilhéu”, de Celeste Fortes e Edson Silva, entre as 12 candidaturas de Cabo Verde ao concurso internacional do programa audiovisual DOCTV CPLP.

O filme, com 52 minutos de duração conforme estabelecido pelo edital do concurso, recebeu 5,5 mil contos para a sua produção, assinada pela Éden Produções, sedeada em Mindelo.

Em notas da produção Bidon: Nação Ilhéu é apresentado como uma interligação de várias estórias femininas em cujas vidas o bidon é personagem central, assim como na vida de muitos cabo-verdianos, sendo ainda um elo entre quem ficou e quem foi ( para a imigração).

“Bidon: Nação Ilhéu pretende explorar a dimensão material e simbólica deste sonho cabo-verdiano. (...) Narra a circulação de afetos e objetos que “fazem nascer” outras estórias que se cruzam neste enredo cabo-verdiano, mostrando a centralidade do bidon na vida familiar de muitas casas cabo-verdianas” , lê-se em referência ao objecto cilindrico (geralmente barris de plástico) usado pelos imigrantes cabo-verdianos para enviar uma variedade de produtos aos familiares que deixaram no país.

“Em Cabo Verde a terra longe é romantizada como lugar de abundância. É de lá que chegam os Bidons, enviados de diferentes destinos, enchidos a vários ritmos, representando a vitória da emigração e personificando a presença daquelxs que tiveram de sair do país”, diz ainda a sinopse do documentário.

Para Edson Delgado, um dos realizadores do filme, não foi nada fácil filmar estas histórias uma vez que um dos cenários principais era a alfândega, o que deixou algumas das “personagens” receosas de se exporem. Por outro lado a equipe de filmagem pôde testemunhar as alterações ocorridas no sistema de funcionamento da empresa gestora dos portos, a Enapor, entre o inicio e o final da rodagem.

“O filme foi entregue em Janeiro, tivemos cerca de seis meses a produzi-lo. Tivemos que esperar o pico da remessa de bidons, que é o mês de Dezembro, para filmar certos segmentos”, avançou ainda ao Expresso das Ilhas.

Sem poderem estar presentes na estreia do filme em Lisboa – que irá contar com a presença do embaixador de Cabo Verde naquele país, Eurico Monteiro – Edson Delgado, Celeste Fortes e a restante equipa da Éden Produções (sete elementos) irão participar através de um pequeno video criado especialmente para a ocasião.

Banner do documentário
Banner do documentário

Os produtores ainda não sabem a data em que o filme estreia na TCV mas, esperam que contrariamente ao que aconteceu com o seu antecessor (Canhão de Boca, da OII), se faça a publicidade antecipada da exibição. Todos os filmes produzidos têm estreia em simultâneo nas talevisões públicas dos respectivos países de origem, para além de posteriormente estas fazerem a exibição do conjunto de filmes produzidos no âmbito do programa.

O programa DOCTV CPLP, que já vai na sua terceira edição, visa estimular o intercâmbio cultural entre os povos dos países membros da CPLP, ao mesmo tempo que contribui para a criação de políticas públicas integradas de fomento à produção audiovisual nos países membros da CPLP. A troca de experiências entre criadores e produtores audiovisuais dos países de língua portuguesa e a difusão da produção audiovisual realizada na CPLP no mercado mundial são também objectivos.

Nessa linha, foram seleccionados a nível da CPLP nove projectos inéditos para apoiar, trabalho que coube à comissão de selecção constituída por António Ole (Angola), Leonor Silveira, (Portugal), Tatiana Cobbett, em representação de Adélia Sampaio (Brasil), Leão Lopes (Cabo Verde) e Flora Gomes (Guiné Bissau). Foram 192 os projectos avaliados, com 1/3 dos projectos candidatos tendo autoria de mulheres realizadoras.

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Autoria:Chissana Magalhães,8 mai 2019 8:30

Editado porAndre Amaral  em  8 mai 2019 8:30

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